Pelo menos dois dos quatro presos por suspeita de envolvimento de invasão do celular do ministro da Justiça, Sérgio Moro, tiveram os depoimentos adiados. O advogado Ariovaldo Moreira, que defende o DJ Gustavo Henrique Elias Santos e uma mulher presa, identificada como Suellen Priscila de Oliveira, pediu que a dupla seja ouvida apenas na sua presença.
Em e-mail enviado à PF, Moreira informou que não autorizava o depoimento sem a presença dele ou de um advogado público. Ele acusa a corporação de dificultar a defesa dos clientes, alegando que só foi informado das prisões quando a dupla já estava em Brasília.
Ele teria, então, que se deslocar de São Paulo até a capital federal. Moreira deve chegar no Distrito Federal nesta quarta-feira (24/7). Gustavo e Suellen foram levados para a carceragem da PF no Aeroporto Juscelino Kubitschek, por falta de espaço na Superintendência, localizada no Setor Policial Sul. Ariovaldo Moreira nega que os clientes sejam hackers.
As prisões foram autorizadas pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Além de Moro, eles são acusados de invadir o celular de outros juízes e de dois delegados.
MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA
A Polícia Federal, de acordo com informações que acabam de ser veiculadas pela imprensa, identificou movimentações suspeitas nas contas do ex-DJ Gustavo Henrique Elias Santos e de Suelen Priscila de Oliveira, presos na terça-feira durante a Operação Spoofing, que investiga a invasão de contas do aplicativo Telegram do ministro da Justiça, Sergio Moro e outras autoridades. Segundo a PF, entre abril e junho deste ano, o ex-DJ movimentou R$ 424 mil e Suelen, R$ 203 mil.
A PF informou à Justiça Federal que há indícios de incompatibilidade entre a movimentação financeira de Gustavo e Suelen e as rendas declaradas por ambos. De acordo com dados cadastrais do DJ, sua renda mensal seria de R$ 2,8 mil. Suelen, por sua vez, teria uma renda de R$ 2,1 mil.
O advogado que faz a defesa de Gustavo e Suelen, Ariovaldo Moreira, afirmou nesta quarta-feira que eles não têm relação com os crimes e que os rendimentos de seu cliente se devem à operação com criptomoedas, mas são de origem lícita. Afirmou que os R$ 100 mil apreendidos pela PF em sua residência tinham origem em criptomoedas.
Além da prisão temporária do grupo e dos mandados de busca e apreensão, o juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, determinou a quebra dos sigilos bancários e telemáticos, além do bloqueio de ativos financeiros acima de R$ 1 mil. O nome do quarto preso é Danilo Cristiano Marques.
Outros três presos já haviam sido identificados na terça-feira. Eles são: Gustavo Henrique Elias Santos, de 28 anos, que trabalhava como DJ e já foi condenado anteriormente por posse ilegal de arma; sua esposa, Suelem, e Walter Delgatti Neto. O grupo foi transferido ainda ontem para Brasília, onde vem sendo interrogado.