O Senar-SP e o Sindicato Rural de Araraquara realizaram em outubro na Usina Santa Fé em Nova Europa o Programa de Aprendizagem Rural destinado a capacitar trabalhadores rurais ou até mesmo filhos de produtores, dando a eles formação profissional por meio do ensino de práticas agrícolas.
Segundo o coordenador regional do Senar, engenheiro agrônomo João Henrique de Souza Freitas, o curso desta feita foi voltado para a mecanização, capacitando os participantes com mais de 18 anos que querem ingressar no mercado de trabalho. Na verdade, comenta o coordenador, podem participar deste aprendizado jovens com idade entre 18 anos completos e 24 anos incompletos, que tenham concluído ou estejam cursando o ensino fundamental ou médio. É dada preferência aos jovens de baixa renda e de famílias de trabalhador ou produtor rural.
Além dos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos nos cursos, os alunos são estimulados a desenvolver autoestima, criatividade, cidadania, responsabilidade e ética. Os resultados são gratificantes, principalmente que grande parte dos jovens estão descobrindo sua vocação, que pode estar atrelada ou não a sua formação.
O Curso de Aprendizagem em Mecanização Agrícola, desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-SP), em parceria com o Sindicato Rural de Araraquara trouxe novidades na parte técnica, mas a maior surpresa foi a composição da turma com grande percentual de mulheres. É fato que a Usina Santa Fé está dando esta oportunidade ao público feminino. “Estamos participando de um processo de especialização que vai nos trazer experiência e abrir as portas para conseguirmos um emprego com carteira assinada”, disseram elas ao coordenador.
O curso é o meio para atendimento à Lei da Aprendizagem no âmbito rural e o Senar é a instituição responsável para possibilitar a formação teórica/prática dos estudantes.
O coordenador do Senar conta ainda que – há na região vários casos de máquinas e equipamentos agrícolas que ficam parados por falta de operadores. “Há área para ser plantada, sementes compradas e todas as condições propícias, mas não há profissionais qualificados para operarem os equipamentos. É neste processo de capacitação que estamos diretamente envolvidos, formando profissionais e dando a oportunidade para aqueles que já estão no campo”.
Ele admite que o cenário é problemático, mas também pode ser visto como de oportunidade, principalmente para aqueles que conseguirem um diferencial. “Apenas por meio da formação técnica vamos reverter este quadro. O mercado está absorvendo rapidamente pessoas que saem dos nossos treinamentos de mecanização”, revela João Henrique.