Se algum dia você viu um cara com cabelos compridos, aparentemente gordinho, normalmente camisas estampadas, folgadão, este era o Lula Sanfoneiro uma das figuras mais caricatas do cenário artístico regional. Tocador de sanfona dos bons, Lula fazia da música, sua permanente alegria.
Tinha lá os seus problemas, mas nada que não pudesse resolver pacientemente, disse um amigo que lamenta sua morte ocorrida neste final de semana. Nos últimos tempos, sozinho, pois o pai falecera, Lula passou a depender da ajuda amiga dos músicos que tinham nele – um exemplo de vida, pois lutava, tamanha era sua vontade de viver.
Um desses amigos, Allan Cristian, músico também foi quem deu a notícia: “Olá boa tarde galera tudo bem? Estou aqui para agradecer a todos amigos que ajudaram a fazer um enterro digno ao nosso amigo Lula; vocês que ajudaram com uma quantia em dinheiro o nosso muito obrigado, viu”, disse o companheiro de palco.
Allan em sua mensagem agradeceu ao amigo Renan Nascimento, da Renan Banda Show de Catanduva: “O Renan foi o organizador de tudo e cuidou dele quando permaneceu internado por um mês. Nosso obrigado também aos músicos de Araraquara e, foram muitos que ajudaram”.
Lula era sozinho, contam outros amigos; ele lamentava a morte do pai com quem vivia e entre tocar acordeom e lutar para sobreviver, por um bom tempo vendeu Hiper Saúde em uma banquinha próxima ao Extra, hoje Assai, em Araraquara.
Além de participar por temporadas em algumas bandas musicais da região, Lula via de regra era contratado para participar como free nas apresentações de grupos bem conhecidos, dominando as notas musicais e as teclas do acordeom. Foi sem dúvida, um grande mestre, como escreveu Ana Cláudia de Aguiar. “Foi um professor, cumpre sua missão aqui na terra e se despede dos palcos”, completou.
