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Na bronca população critica falta d’água e pede que MP investique o DAAE sobre o desabastecimento

Documento criticando gestão do DAAE e desatenção aos problemas enfrentados no fornecimento de água está disponível nas redes sociais para assinatura, exigindo a interferência do MP

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O nível da represa está passando por momento crítico

Desde a última quarta-feira (18) um documento – entendido juridicamente como Petição Pública – chama a atenção do Ministério Público de São Paulo e pede que o órgão investigue o desabastecimento de água em Araraquara. Não bastassem as publicações sobre serviços permanentes de manutenção, agora se junta a isso, a estiagem que assola algumas regiões do País.

Na abertura da petição que está disponibilizada nas redes sociais para assinatura, “os munícipes que subscrevem esta petição, residentes em Araraquara, Estado de São Paulo, vêm manifestar sua insatisfação com os serviços prestados pelo Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Araraquara (DAAE), bem como solicitar: (a) a abertura de investigação, para análise das causas do crítico cenário de desabastecimento que atinge diversos bairros do município, integrantes das regiões intituladas pela autarquia como “Fonte Zona Alta”, “Fonte Zona Média” e “Vila Xavier Zona Alta”; (b) a adoção de providências administrativas e/ou judiciais que obriguem a autarquia a mitigar as consequências da escassez hídrica nessas regiões e apresentar um plano de gestão que acabe com o racionamento e evite a reincidência desse cenário.”

Embora o DAAE explique que o fornecimento está sendo prejudicado pela carência de chuvas, é verdade que nas últimas semanas, o departamento ampliou cortes no fornecimento de água por conta do consumo alto da população e a queda do nível dos reservatórios afetando diretamente 60 mil pessoas, que vivem em regiões abastecidas por água superficial, como Vila Xavier, Fonte Luminosa e bairros próximos.

Os autores do documento alegam que se trata de “uma situação injusta e inconcebível para uma cidade do porte de Araraquara, com cerca de 240 mil habitantes, com serviços de fornecimento de água e esgoto dos mais caros do Estado (esgoto tarifado em 100% do consumo de água, sendo que nem toda ela é direcionada à rede de esgoto) e quem sabe do país, tenha que aceitar passivamente a programação de interrupção imposta e seletiva (uma vez que não atinge toda a cidade), seja por falta de investimentos na perfuração de novos poços, seja pela gestão deficiente dos responsáveis remunerados para prestar um serviço de qualidade, atender a toda população e promover o que for necessário para evitar o que estamos vivenciando.

Nesta manhã de sábado (21) o DAAE voltou a explicar que “a Operação Estiagem é uma ação emergencial no sistema de abastecimento de água, para o enfrentamento da pior seca, desde os anos 1980 e, que já atinge mais da metade do Brasil, incluindo o estado de São Paulo e Araraquara. Em nossa cidade, 35% de toda água distribuída pelo Daae vem de rios existentes no município e, com este cenário de seca severa e temperaturas elevadas acima da média, para o período do ano, os rios e as represas de duas, de três captações, apresentam reflexos, com a redução em mais de 90% dos volumes, impactando no abastecimento público”.

Também salienta em sua nota explicativa que “o saldo negativo desta conta só não é maior, pois existe a possibilidade de alguns setores abastecidos por poços auxiliarem nesta demanda de consumo, mas, existe uma limitação hidráulica e topográfica, não sendo possível suprir toda a demanda, principalmente, em dias e horários de maior consumo.”

Mais de 100 pessoas já assinaram o documento reivindicando a interferência do Ministério Público a quem tecnicamente o DAAE deverá responder, sobre a falta d’água e os serviços de manutenção constantes em poços e reservatórios.

DOCUMENTO DISPONÍVEL PARA LEITURA

https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR142586