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Na espera de reviravolta durante 70 dias, Bolsonaristas deixam acampamento em frente ao TG

Sob a pressão de Brasília, grupo decidiu deixar o acampamento, ficando para trás faixas e uma tenda, símbolo de uma luta que não deu certo.

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A tenda dos bolsonaristas ainda está montada no Tiro de Guerra

O repórter Tadeu Alves esteve acompanhando nesta segunda-feira (09) a saída dos últimos manifestantes pró-Bolsonaro do acampamento montado em frente à sede do Tiro de Guerra em Araraquara. Por mais de dois meses, considerados pela Esquerda como terroristas e golpistas, eles se mantiveram num local único, como forma de contestar o resultado das urnas.

Nas últimas semanas o grupo foi se dizimando e culminou com a invasão do Senado, Câmara Federal e STF neste domingo (08) enquanto o presidente da República Luiz Inácio da Silva se encontrava com a primeira-dama Janja da Silva em visita oficial a Araraquara. O casal cumpria agenda no município após chuvas fortes e contínuas que abriram uma cratera na Avenida Padre Francisco Sales Colturato, sobre o Ribeirão das Cruzes, engolindo um HB-20 e matando seis pessoas da mesma família. Lula veio ver os estragos da tragédia.

Em Araraquara, durante o período que se mantiveram no acampamento os bolsonaristas chegaram a apostar em um movimento mais forte e capaz de provocar uma reviravolta no resultado das urnas. Paralelamente, contou um manifestante – faltou apoio do próprio Bolsonaro e sua ida para os Estados Unidos antes da posse parece ter sido a gota d’água, disse.

Policiais militares prestaram extraordinário serviço de segurança na Avenida 36 neste domingo isolando grupos conflitantes e mantendo a ordem. Parabéns.

Neste domingo a invasão aos poderes constituídos provocou imediata reação de Lula e do ministro Alexandre de Moraes buscando dar clima de paz ao País. Prisões e ameaças, após o quebra-quebra da Esplanada consolidaram o posicionamento do Governo e do STF em punir os bolsonaristas.

Na manhã desta segunda em Brasília, o acampamento do QG do Exército foi desativado por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Os bolsonaristas foram levados em cerca de 40 ônibus para a Superintendência Regional da Polícia Federal, no Setor Policial Sul, e de lá seguiram para a Academia Nacional de Polícia, no Setor Habitacional Taquari, às margens da DF-011. A ação da Justiça na capital federal causou intimidação aos grupos concentrados em diversos pontos do território nacional.

Para um outro bolsonarista acampado em Araraquara – o grupo fez o que pode, agindo com cautela e respeitando a constituição, afinal estávamos em frente ao Tiro de Guerra. Tínhamos que ser moderados e respeitar os limites, comentou. Pelo que o RCIA sentiu, a luta do grupo que se dispôs em defender a tese de que as urnas não espelharam um resultado justo, terminou nesta segunda-feira: “Vamos apenas ficar de olho nos atos do novo governo que acabou de assumir e criar formas para de forma organizada disputarmos as eleições municipais de 2024”, concluiu.

A saída dos manifestantes se deu de forma pacífica após, segundo consta, uma conversa com representantes do Tiro de Guerra, não havendo nenhum tipo de resistência. Só uma viatura policial à distância acompanhou a saída pacífica do grupo.