Pró-reitora de pós-graduação da Unesp, a professora e pesquisadora Maria Valnice Boldrin, do Instituto de Química do câmpus de Araraquara, é um dos dez cientistas brasileiros escolhidos para integrar, a partir de 2025, a Academia Mundial de Ciências (The World Academia de Ciências, ou simplesmente TWAS). O anúncio dos novos membros ocorreu no último dia 14. Ao todo, foram escolhidos 74 cientistas, sendo Brasil e China os países com o maior número de representantes desse grupo, dez cada um.
A TWAS, cujo nome completo é Academia Mundial de Ciências para o Avanço da Ciência nos Países em Desenvolvimento, é uma organização vinculada à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) que tem como papel principal o avanço da ciência mundo afora, com o foco nas nações em desenvolvimento, algumas delas sub-representadas na comunidade científica internacional. Além de Brasil e China, foram escolhidos pesquisadores da Alemanha (2), Arábia Saudita (1), Argélia (1), África do Sul (4), Bangladesh (3), Bolívia (1), Canadá (1), Catar ( 1), Cuba (2), Egito (2), Emirados Árabes Unidos (1), Estados Unidos (2), Filipinas (1), Guiana (1), Índia (9), Irã (1), Jordânia (1) , Madagascar (1), Malásia (7), Marrocos (3), Nepal (1), Nigéria (1), Paquistão (3), Reino Unido (1), Uzbequistão (1) e Vietnã (2). O número total de membros da TWAS chegou a 1.444.
Maria Valnice Boldrin foi um dos 11 cientistas escolhidos na área de Química. Na apresentação da professora da Unesp, no site da TWAS cita o reconhecido trabalho de pesquisa da docente no campo dos contaminantes emergentes. Na coordenação do Instituto Nacional de Tecnologias Alternativas para Detecção, Avaliação Toxicológica e Remoção de Contaminantes Emergentes e Radioativos (INCT-Datrem), Valnice Boldrin liderou articulações de trabalho de cerca de 40 grupos de pesquisa de várias partes do Brasil com estudos consolidados em contaminantes emergente.
Referência nos estudos de Eletroquímica e Eletroanalítica, a pesquisadora é membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) e, no ano passado, recebeu da Sociedade Brasileira de Química a medalha Simão Mathias , outorgada em reconhecimento a contribuições para o desenvolvimento da química no país. Em 2014, um docente da Unesp já havia sido reconhecido, por meio do prêmio Elsevier/Capes, como uma das brasileiras cujas pesquisas tiveram mais impacto na comunidade científica.
“A minha vida de cientista, como eu poderia dizer, nunca foi guiada por ganhar dinheiro. Sempre trabalhei com assuntos que ninguém queria (trabalhar). Mas o alcance e o impacto das pesquisas em que a participação me deixa realizada. É uma história linda”, afirmou Maria Valnice Boldrin ao portal da Unesp em 2021, quando ingressou como titular da ABC – leia neste hiperlink o perfil do docente modificado na ocasião. (Fabio Mazzitelli)