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Passou por Araraquara ladrão que roubou por 34 vezes a casa de uma idosa

Denílson Donizetti de Paula acabou sendo morto por populares em 2018 após roubar um celular e ser espancado por populares em São Carlos ficando internado por dois dias, mas sua identificação só foi possível dois anos depois, constando do prontuário que teria passado pelo regime prisional em Araraquara. Ele também seria o mesmo que roubou a casa de uma idosa 34 vezes.

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Denilson e o seu último crime: furto de um celular que desencadeou na sua morte por populares

Através de exames o Instituto Ricardo Gumbletono Daunt (IIRGD), na capital paulista, identificou em novembro do ano passado o corpo de um homem que foi morto após ser espancado depois de furtar um celular no Santa Felícia. Na época, ele foi enterrado sem identificação.

Denílson Donizetti de Paula, 39, é o mesmo bandido que realizou 34 assaltos contra uma idosa de 77 anos, entre 2014 e 2015, na Vila Elisabeth, em São Carlos.

O criminoso aproveitava da fragilidade da mulher que morava sozinha para cometer os crimes. Ele chegou a amarrar e amordaçar a vítima.

Os roubos praticados na casa da senhora passaram a ser rotina. Mesmo quando encontrava o portão e a porta trancados, Denilson escalava o muro e retirava as telhas para entrar na casa. Ele sabia até o dia e o valor que a idosa recebia o benefício do INSS. Além do dinheiro, ele roubava objetos e valor e quando contrariado, agredia fisicamente a vítima.

Os familiares que acreditavam que a idosa estaria com a síndrome de Estocolmo, devido quantidade de crimes e estaria com pena do marginal, decidiram montar uma campana (tocaia), para prendê-lo.

Na noite do dia 7 de junho de 2015, a afilhada da mulher e o namorado flagraram Denilson no interior da casa.  Ele foi detido até a chegada da Polícia Militar.

O bandido foi preso após roubar a casa da idosa por 34 vezes

Denilson foi encaminhado ao plantão policial, onde foi autuado em flagrante e depois recolhido ao Anexo de Detenção Provisória (ADP) de Araraquara.

CONDENAÇÕES

O inquérito policial aberto pelo 1º Distrito Policial, chefiado pelo delegado Maurício Dotta e Silva, para apurar os 34 assaltos foi entregue ao Ministério Público e em 2016 Denilson foi condenado a uma pena de mais de 23 anos de prisão.

REDUÇÃO DA PENA

Denílson contratou um advogado que recorreu das sentenças junto ao Tribunal de Justiça (TJ), e após analisar a decisão na comarca de São Carlos, os desembargadores, no dia 29 de junho de 2017, reduziram a pena para 10 anos, 04 meses e 13 dias de reclusão.

SAIDINHA DE NATAL

Denílson então, deixou o presídio em Araraquara e foi transferido para a penitenciária do bairro de Belém, na zona leste de São Paulo, onde após ficar por pouco tempo no regime fechado passou para o regime semiaberto e no dia 20 de dezembro de 2018, teve sua conduta na penitenciária avaliada e foi beneficiado com a saída temporária do Natal mas não regressou ao sistema prisional.

FURTO DE CELULAR E MORTE

No final de 2018, o criminoso retornou para São Carlos e passou a viver nas ruas da região oeste, onde iniciou uma série de pequenos furtos para sustentar seus vícios, até que no início da tarde do dia 7 de janeiro de 2019, ele andava pela rua Manoel José Serpa, no Santa Felícia e furtou do interior de um Corsa, um telefone celular, cujo aparelho tinha atrás da capinha o cartão bancário e uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de uma senhora, sogra de um comerciante autônomo de 27 anos.

Após o crime, o comerciante foi averiguar quem seria o autor e percebeu que as câmeras de vigilância haviam registrado a ação do marginal e passou a procurar por ele e foi informado ainda que naquela tarde que o bandido teria sido visto na região do bairro Santa Angelina, nas proximidades de biqueiras (ponto de drogas), e por volta das 15 horas, encontrou o receptador que comprou o celular furtado da sua sogra. Ele conseguiu reaver o aparelho por R$ 50,00 e continuou a procurar por Denilson.

Já no início da noite, quando estaria a caminho de uma casa de carnes do bairro, o comerciante reconheceu o ladrão que teria furtado o celular da sogra e resolveu detê-lo, com a intenção de entregá-lo à Polícia Militar, porém o criminoso correu e pessoas que estavam nas proximidades, sabendo que ele seria o autor de pequenos furtos na região, resolveram espancá-lo.

Denilson chegou a ser socorrido pelo Samu, mas morreu dois dias depois na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de São Carlos.

Denilson foi espancado por populares e morreu dois dias depois

Na época, o criminoso não portava nenhum documento e o corpo chegou a ficar 10 dias no Instituto Médico Legal (IML) aguardando reconhecimento, mas acabou sendo enterrado como indigente no cemitério Nossa Senhora do Carmo.

No mês de novembro de 2020, o Instituto de Identificação Ricardo Gumbletono Daunt (IIRGD) da capital Paulista, concluiu os trabalhos e no mês seguinte emitiu o laudo oficial onde aponta que o corpo que está sepultado no cemitério Nossa Senhora do Carmo, pertence ao presidiário Denílson Donizetti de Paula que era foragido da Justiça.

A Polícia Civil deverá concluir os trabalhos no início deste ano e dar baixa no inquérito policial.

Já o comerciante que teria detido Denilson responde ao processo na Justiça. Segundo as advogadas, ele é inocente e além de não ter agredido o bandido, ainda providenciou o socorro através do Samu, bem como aguardou a chegada da Polícia Militar. (Colaboração SCA).