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Policial morto em São Carlos teria vindo da capital para negociar 10 kg de cocaína com traficantes

Vítima foi atingida por dois tiros e morreu no local; policial trabalhava como escrivão em uma das unidades de Segurança em São Paulo.

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Trabalho policial onde o escrivão se encontrou com os traficantes e foi assassinado (Foto: Maycon Maximino)

O homem que foi detido pela Polícia Militar na noite de segunda-feira (06) e que estaria com o policial civil que foi morto a tiros no Jardim Zavaglia, em São Carlos, contou em depoimento que eles vieram para São Carlos para participar de uma negociação de 10 quilos de cocaína com um traficante local e que ele ficaria com 10% do que fosse arrecadado.

Aos PMs, W.P.L. se apresentou como informante da Polícia. Ele relatou que veio de São Paulo, junto com o agente policial G.J.T., e outros três indivíduos que também se diziam ser policiais civis, os quais ele conhece apenas pelos apelidos ou prenomes. O grupo chegou na cidade em dois veículos.

Assim que chegou no Jardim Zavaglia, o grupo se dividiu, sendo que W.P.L. e a vítima se deslocaram para a casa dos traficantes, enquanto que os demais ficaram a cerca de dois quarteirões de distância.

Durante a suposta negociação da droga, W.P.L. percebeu que os dois traficantes que o atenderam estavam armados. Ele alega que um dos homens fez uma ligação para a esposa e pouco tempo depois ela teria chegado em um HB20 trazendo o entorpecente.

Ainda segundo os relatos de W.P.L., neste momento um dos acusados que estava no interior da casa saiu armado com um revólver .357 Magnun e apontou para o policial civil. Neste instante W.P.L. e G.J.T. teriam tentado verbalizar (negociar) com os dois traficantes.

Na sequência, o policial conseguiu sair do carro, sacou sua arma e deu voz de prisão aos dois homens, porém um dos criminosos efetuou dois disparos que acertaram o tórax e o abdômen do agente policial.

O policial ainda revidou, efetuando vários disparos contra a dupla e segundo informações, um dos tiros teria acertado a perna de um deles.

W.P.L. contou que neste momento ele fugiu rua abaixo, enquanto que os traficantes foram em direção oposta. W.P.L. foi detido pela Polícia Militar tentando fugir por uma rua de terra.

Após tomar ciência dos fatos, a equipe de investigadores da DIG entrou na casa onde estavam os acusados e encontraram um tablete de crack, além de documentos pessoais e objetos utilizados para embalo e manuseio de entorpecentes.

Do lado de fora da residência estava o veículo da vítima, um VW/UP, com o vidro da porta dianteira danificado por um dos tiros. Dentro estava o celular do policial que foi apreendido para investigações.

Na rua também estavam dois veículos Hyundai HB20, que seriam de propriedade da suposta esposa de um dos traficantes. Em uma casa que pertenceria a ela, no bairro Antenor Garcia, os policiais da DIG apreenderam uma pistola calibre 9mm e um revólver calibre .357, além de objetos utilizados para o comércio de drogas.

A equipe da DIG apresentou para W.P.L. a fotografia dos homens que teriam participado da execução do policial e ele os reconheceu. Os dois e a mulher estão sendo procurados pela Polícia.

Por fim, W.P.L. acabou sendo autuado em flagrante pela DIG pelo crime de associação para o tráfico de entorpecentes, sendo recolhido ao Centro de Triagem.

O corpo do policial foi sepultado no final da tarde desta terça-feira (07). Ele deixou a esposa e quatro filhas.

O caso segue sendo investigado pela DIG e pela corregedoria da Polícia Civil. (Informações SCA)