A vereadora Fabi Virgílio (PT) indicou ao Executivo Municipal a criação de um Memorial em homenagem ao Duo Glacial, dupla caipira formada pelos irmãos Ana e Miguel Cervan entre os anos de 1955 e 2015, em Araraquara, de fama nacional. A Indicação nº 3.888/2023 mostra que o Duo Glacial foi uma dupla de música caipira de raiz que elevou o nome da cidade de Araraquara em todo o meio musical brasileiro por 60 anos. A dupla percorreu o Interior do Estado de São Paulo e cidades de outros Estados, levando a música caipira a milhares de brasileiros.
Ao longo de 60 anos, a dupla gravou 30 álbuns, sendo 26 discos de formato LP e quatro CDs. Dentre seus sucessos estão as inesquecíveis canções “Poeira”, que venceu o 1º Festival da Música Sertaneja, realizado pela Rádio Nacional nos anos 1960, e “Camisa Branca”; juntas, elas venderam mais de um milhão de discos e são reproduzidas e lembradas ainda hoje no meio caipira.
Entre 1975 e 1983, Aninha se afastou da dupla e foi substituída por Mariazinha. Mas, depois disso, os irmãos Ana e Miguel retomaram a parceria e fizeram turnês até 1990. Depois, continuaram a se apresentar apenas em datas especiais, como festivais e programas de música caipira e nas festas de aniversário de Araraquara, cidade que adotaram ainda na infância, o que ocorreu até 2015.
Ana nasceu em Onda Verde, em 1940, e Miguel em Mirassol, em 1936. Ela faleceu em 19 de maio de 2015, aos 75 anos, por complicações de dengue, associadas a uma infecção. Menos de 30 dias depois, Miguel teve um infarto e também faleceu, aos 79 anos.
Em 2017, o Duo Glacial recebeu in memorian o 1º Prêmio Inezita Barroso de Música Caipira, oferecido pela Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), por indicação da deputada estadual Márcia Lia (PT), em reconhecimento a sua relevância para a música paulista raiz.
“Todo violeiro e todo ouvinte de música de raiz conhece as músicas do Duo Glacial. Eles projetaram o nome de Araraquara com canções que nos enchem de saudosismo e trazem memórias de momentos muito felizes. O Memorial seria um justo reconhecimento destas duas pessoas tão especiais, tão queridas, de seus talentos e da contribuição para a música e a cultura de Araraquara e do Estado de São Paulo. Eles precisam ser eternizados e exaltados”, entende Fabi.
