Home Destaques

PSOL Araraquara ainda vai decidir se apoiará Eliana Honain (PT) e Mano (MDB) nas eleições municipais

Rachado em sua base, a maioria dos militantes do PSOL em Araraquara não quer desistir do seu ideal de candidatura própria nas eleições municipais deste ano. Em reunião do partido a proposta de apoio a Eliana Honain e Delórges Mano foi derrotada e a presidente Renata Barbosa, que é servidora municipal, anunciou a se juntar ao PT-MDB sem consultar a maioria vencedora.

5
A plenária do PSOL no Plenarinho da Câmara, dia 23, quando o partido decidiu que teria candidatura própria

Nesta quinta-feira (04) o vice-presidente do PSOL, Juliano Aparecido Dias de Carvalho, em nota ao RCIA, disse que a divulgação de um suposto apoio do partido a pré-candidatura de Eliana Honain e Delorges Mano, do PT e MDB respectivamente, não representa a posição final da agremiação.

Segundo ele, os militantes do PSOL foram surpreendidos com a notícia e ele próprio assegura que não houve consulta aos membros do diretório municipal ou aos filiados. “A maior parte dos filiados é contrária a retirada da candidatura própria, conforme a última plenária realizada no dia 23 de março, com 11 votos contra e 09 a favor”, salientou.

“Entende-se que a presidenta do PSOL, Renata Barbosa é servidora pública da prefeitura de Araraquara e que era até então a pré-candidata. Ela optou por retirar sua candidatura e apoiar a Eliana Honain, contudo, essa atitude não representa a posição da maioria dos filiados do partido na cidade e mediante a impossibilidade de se construir uma posição de consenso, o partido ainda irá definir se mantém ou não sua candidatura própria na convenção municipal, que ainda não foi realizada”, deixou claro o vice-presidente.

Mais adiante Juliano Carvalho argumenta que “decidiu se posicionar publicamente, pois diferente do que afirmou a presidenta Renata, hoje existe uma divisão no partido, apesar das tentativas de chegar num consenso interno nos últimos meses dentro do diretório municipal e em debates em conjunto com a militância, que vêm acontecendo desde dezembro de 2023”. Ele também deixa claro que “os militantes lamentam saber através da mídia uma oficialização da posição do partido que ainda não houve”.

A discussão sobre o assunto aqueceu os espaços internos do PSOL, e apesar de ter maioria no diretório municipal, foi contraposta pela militância de base. “Hoje, existe uma maioria que ainda acredita que o PSOL deve ter uma candidatura própria, reafirmando a independência do partido, contrapondo à extrema-direita, sem abrir mão do programa político histórico do PSOL Araraquara, construído em suas campanhas desde 2008, principalmente na formatação de um programa contra as privatizações, as terceirizações, em defesa dos serviços públicos em Araraquara, que nós acreditamos que seria mais difícil fazer em uma coligação de frente amplíssima.”

Juliano reforça, “acredito que assim como eu, a maioria do partido não acha que a melhor tática eleitoral seria abrir mão da candidatura própria, pois a chapa Honain-Mano, ao que tudo indica, tem interesse em avançar com as privatizações, que sempre fizemos oposição. A defesa de um projeto de cidade construído radicalmente alinhado aos interesses da população de Araraquara precisa ter espaço para dialogar sem receios com a população que não está satisfeita com o revezamento de 16 anos de governos do PT e MDB”.

NOTA DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSOL

O Diretório Municipal do PSOL recebeu com indignação e surpresa as alegações públicas do vice-presidente da legenda em Araraquara que, por motivos ainda obscuros, fabulou que ele e os demais filiados não tinham conhecimento da adesão à frente ampla, encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores, mesmo tendo ele participado de todas as discussões, inclusive daquela que votou pelo apoio tático à outra candidatura.

No dia 19 de Março de 2024, o Diretório Municipal eleito se reuniu presencialmente sob convocatória para decisão da tática eleitoral, onde pudemos discutir e, finalmente, decidir quais seriam os caminhos do PSOL neste pleito.

Na ocasião, uma das companheiras do Diretório decidiu evadir a reunião no momento da votação, seguida posteriormente pelo vice-presidente, por não concordarem com a decisão tática. Ainda em maioria legítima, o Diretório então aprovou o apoio e prontamente emitiu uma circular informando toda a militância. É revoltante a intentona contra a legitimidade de uma instância partidária eleita, em especial na figura da presidência do partido, sendo essa a primeira mulher negra, mãe solo e servidora pública a assumir tal posição no município.

Repudiamos, também, a manipulação de informações em benefício de uma tentativa de instauração de crise pública quando nossa cidade precisa de nós.

O PSOL reconhece a importância de construir uma frente democrática contra a extrema direita e de unir esforços para fortalecer a resistência ao projeto bolsonarista. A ascensão do neofascismo, tanto nacional quanto internacionalmente, exige uma resposta firme e coesa por parte das forças progressistas.

Reafirmamos, portanto, nosso compromisso com a luta pela justiça social, pela igualdade e pelos direitos humanos, e nos colocamos do lado dos trabalhadores, como parte dessa frente ampla, em defesa da democracia.

O Diretório Estadual, em reunião, aprovou por maioria a legitimidade da decisão tomada pela instância partidária eleita e respalda, conosco, o compromisso com a decisão tomada no dia 19.

Assinam: Renata Barbosa – Presidente, Sofia Ortolano – Segunda Tesoureira, Pedro Carvalho – Secretário Geral, Guilherme Quito – Segundo Secretário Geral, Letícia Luciano – Segunda Secretária de Organização