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Santa Casa apresenta sua estrutura aos vereadores na Câmara

Objetivo do encontro foi uma maior integração entre hospital e Poder Legislativo

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Vereadores firmaram o compromisso de ajudar na busca de recursos, por meio de contato com deputados de seus partidos, com o objetivo de conquistar emendas parlamentares

Diretores e gestores da Santa Casa de Araraquara estiveram reunidos com os vereadores, na Câmara Municipal, na manhã de sexta-feira (29), apresentando as necessidades do hospital e o que representa a entidade para o município.

O objetivo é uma integração com a Casa de Leis, em busca, entre outros, de ajuda financeira, por meio de emendas parlamentares, com o entendimento de que a saúde pública da cidade passa pela Santa Casa.

SAÚDE NÃO TEM PREÇO, TEM CUSTO

Prestes a comemorar 118 anos de existência na cidade de Araraquara, a Santa Casa vive um momento cheio de contrastes. Se por um lado as instalações do hospital estão sendo recuperadas, modernizadas e, principalmente, a área que atende o cidadão mais carente, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) tem recebido um esforço de investimento, de outro lado, a instituição tem acumulado dívidas, principalmente com o crescimento da prestação de serviços. Quanto mais atende, mais prejuízo gera. Prova disso é o paciente de UTI com a Covid-19, que custa para o serviço R$ 1.803,51, porém a remuneração é de R$ 1,6 mil. A atual dívida do hospital alcança a cifra de R$ 72 milhões.

COBERTOR VAI FICAR MAIS CURTO

A Santa Casa também é credora do poder público, já que o teto financeiro é ultrapassado mensalmente em cerca de R$ 330 mil. Isso resulta no acúmulo de cerca de R$ 4 milhões anuais de diferença para receber, entre o que está no contrato e o serviço efetivamente prestado e reconhecido pelo poder público. O serviço é sustentado por recursos federal (71%), estadual (25%) e municipal (4%).

Como se não bastassem as dificuldades vividas todos os anos, a Santa Casa experimentou um aumento de custos no ano passado, com o advento da pandemia e, recentemente, foi surpreendida com a notícia de que o governo do estado promoverá redução de recursos nos programas Pró-Santa Casa e Santas Casas SUStentáveis, dos quais o hospital é beneficiário. A redução de 12% nos recursos corresponderá a R$ 1.707.868 no ano. Assunto que foi objeto de Moção de Repúdio aprovada por unanimidade recentemente.

NÚMERO DE INTERNAÇÕES CRESCEU

No ano de 2020, a Santa Casa realizou 14.968 atendimentos, com 6.164 internações nos seus 197 leitos e 5.209 cirurgias. Neste período de pandemia, o número de internações aumentou 40%, já que muitas pessoas deixaram sua rotina de consultas, exames e cuidados, evitando sair de casa, e agora sofrem com agravamento de suas doenças.

Investir em educação para bons hábitos de saúde e prevenção das doenças seriam ferramentas que ajudariam a reduzir a necessidade de internações, diminuindo a necessidade do hospital. E isso deve ocorrer nas unidades básicas. A proposta dos gestores é que a Santa Casa deva participar da saúde do município como um todo.

A Santa Casa de Araraquara é referência SUS para 24 cidades da região, envolvendo 600 mil pacientes para alta e média complexidade. E quando o assunto é oncologia, hematologia e sistema vascular, ela alcança 1 milhão de pacientes. Além disso, é hospital de ensino. São 941 funcionários ativos, 287 médicos, 500 alunos e estagiários, 60 residentes, 263 voluntários e 111 prestadores de serviço.

AJUDANDO

Ao final da reunião, os vereadores firmaram o compromisso de ajudar na busca de recursos, por meio de contato com deputados de seus partidos, com o objetivo de conquistar emendas parlamentares.

Segundo os diretores presentes, esta forma de ajuda tem sido fundamental para o funcionamento do hospital.

A Santa Casa ainda poderá utilizar a TV Câmara e suas plataformas nas redes sociais para prestar informações à sociedade e divulgar campanhas que possam atrair ajuda financeira para o funcionamento do serviço de saúde.

Estiveram presentes os vereadores Aluísio Boi (MDB), Thainara Faria (PT), Rafael de Angeli (PSDB), Lucas Grecco (PSL), Emanoel Sponton (Progressistas), Fabi Virgílio (PT), Marchese da Rádio (Patriota), Gerson da Farmácia (MDB), Guilherme Bianco (PCdoB), Hugo Adorno (Republicanos), João Clemente (PSDB), Lineu Carlos de Assis (Podemos), Carlão do Jóia (Patriota), Luna Meyer (PDT), Marcos Garrido (Patriota) e Paulo Landim (PT).