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Taxas de juros do cheque especial apresentam menor patamar desde maio de 2016

A redução foi de 0,17% passando de 11,63% em outubro para 11,61% em novembro

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Apesar das seguidas reduções dos juros nas modalidades de crédito, o spread bancário continua bastante elevado

O cenário macroeconômico nacional, o menor risco de crédito e contínuas reduções da taxa básica de juros brasileira (Selic) conduzem o movimento observado nas linhas de crédito. Segundo a análise do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, com base nos dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC), todas as demais linhas de crédito – tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica – tiveram reduções no mês de novembro.

A análise revela ainda que a taxa média para pessoa física passou de 6,58% ao mês (114,84% ao ano) em outubro de 2019, para 6,55% ao mês (114,11% ao ano) em novembro de 2019. Configurando-se uma redução de 0,46% na comparação mensal.

Taxas de juros para pessoa física

Elaboração: Sincomercio Araraquara. Dados: ANEFAC.

A maior redução observada, ocorreu na linha de crédito CDC – a modalidade mais utilizada no país para o financiamento de automóveis – cuja queda verificada foi de 1,33%. Já a menor redução ficou com os juros do cheque especial, cuja variação foi de -0,17%, atingindo o mais baixo nível desde maio de 2016.

Vale ressaltar que a última redução na taxa de juros Selic, executada na reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), encerra o ciclo de incentivos para expansão creditícia. Segundo a ata disponibilizada pela mesma instituição, a trajetória dos juros encerra 2019 em 4,5% ao ano, e permanece nesse patamar ao longo de 2020 podendo elevar-se até 6,4% ao ano em 2021.

Apesar das seguidas reduções dos juros nas modalidades de crédito, o spread bancário continua bastante elevado. Este, diz respeito à diferença entre a taxa de juros cobrada pelas instituições financeiras aos tomadores de crédito e a taxa de juros paga aos depositantes. Os bancos, portanto, buscam emprestar dinheiro a uma taxa superior à oferecida quando seus clientes efetuam depósitos, na caderneta de poupança, por exemplo.

Os resultados apresentados na pesquisa realizada pelo Banco Central acerca do elevado custo de crédito no Brasil, mostram que a baixa concorrência no setor bancário tende a elevar o spread e reduzir o volume de crédito disponível ao mercado. Outros fatores como impostos, custos administrativos e incerteza econômica também estão relacionados.

As reduções subsequentes dos juros têm como objetivo elevar a atividade econômica através do estímulo ao consumo das famílias e o investimento nas empresas. Todavia, cabe ao consumidor cautela na contratação de empréstimos, a fim de não comprometer parcela significativa do seu orçamento. Para isso, o planejamento financeiro é altamente recomendável.

Evolução da taxa média de juros para pessoa física

Novembro de 2018/2019

Elaboração: Sincomercio Araraquara. Dados: ANEFAC.