por Rafael Zocco
O dia 14 de março de 2020, um sábado, foi a última vez em que a Ferroviária esteve ao lado do seu torcedor na Fonte Luminosa.
Tudo porque, dois dias depois, o futebol seria paralisado por conta da pandemia do coronavírus que se alastrava pelo Brasil e por todo o mundo.
Um empate por 0 a 0 diante do Novorizontino, pela 10ª rodada do Paulistão, deixava a Locomotiva do treinador Sérgio Soares ainda em risco mínimos de rebaixamento, mas nada fez mais sentido para os 2.108 pagantes daquele dia que nunca mais voltaram para as arquibancadas de um estádio.
O futebol teve que se readaptar com a covid-19 em circulação. Protocolos, máscaras, distanciamentos, álcool em gel e sabão, tudo para manter o vírus longe da bola enquanto rolava.
Mesmo com a volta quatro meses depois, o distanciamento social se manteve e restou apenas as transmissões pela TV, rádio ou Internet para deixar o torcedor próximo do time. Distante, viu a equipe se salvar na última rodada com vitória diante da Inter de Limeira, partida que teve que ser realizada no estádio do Morumbi.
O despreparo das autoridades ajudou a fazer milhares de vítimas e a pandemia até hoje não foi cessada.
Pelo contrário, se agravou ainda mais e parece ser uma luz no fim do túnel. Hoje, um ano depois, a Ferroviária entrará pela última vez em campo diante do Palmeiras, antes de uma nova paralisação no futebol, desta vez no estado de São Paulo, com novas cepas de covid em circulação, com leitos de UTIs transbordando, lockdowns para que vidas em Araraquara sejam salvas e que elas possam retornar aos seus lares e, quem sabe, a um estádio, mas em um futuro ainda muito distante.
O que se pode fazer neste momento é ficar em casa, se cuidar e torcer, assim como um gol da Ferroviária, para que isso passe o quanto antes e todos possam seguir as suas vidas com o futebol ao seu lado.