Morreu no início da tarde desta terça-feira, aos 88 anos, Edite Alves de Souza, a Dona Edite, torcedora-símbolo da Ferroviária, vitima de uma parada cardíaca.
Edite presenciou, por quatro décadas, os momentos gloriosos da Ferroviária no século passado, como os encontros de Santos de Pelé com a Locomotiva, na Fonte, e na década de 80 histórica do clube, com as presenças na disputa da Taça de Ouro de 1983 (equivalente ao Campeonato Brasileiro) e da campanha do Paulistão de 1985, quando chegou nas semifinais diante da Portuguesa.
“Eu estava passando por aqui, um dia, vim assistir a uma partida e gostei. Depois, estava aqui com sol, com chuva, em todos os jogos”, contou em entrevista realizada ao site da Ferroviária, em 2018.
Naqueles tempos, era raro ter a presença feminina dentro dos estádios e Dona Edite, acompanhada de seu radinho, foi uma das pioneiras nesta quebra de tabu. “Uma vez, eu vim ao treino e um rapaz perguntou se eu tinha algum filho que jogava no time. Eu respondi: ‘tenho, sim, os onze’. O cara ficou sem reação”, disse.
Os problemas de locomoção fizeram Edite se afastarem das arquibancadas. No dia 12 de abril de 2018, esteve presente na Fonte Luminosa na comemoração dos 68 anos do clube. Ela voltou nas arquibancadas do estádio dez anos depois, no dia 22 de setembro. Na oportunidade, a Ferrinha encarou a Inter de Limeira e foi derrotada por 2 a 0, esta sendo a sua última aparição no estádio.