É verdade que alguns presidentes de partidos políticos de Araraquara, individualmente, foram à casa do ex-deputado e ex-prefeito Marcelo Barbieri nas últimas semanas, insistindo na sua candidatura a prefeito municipal em novembro. Com outros, os diálogos foram em locais privados, pois ele estaria propenso em ter uma avaliação sobre o atual cenário político- eleitoral da cidade.
Segundo Barbieri a queda da popularidade de Edinho Silva por conta da rejeição, na opinião de todos os partidos ainda suportaria uma carga com até três candidatos a prefeito. Só que a rejeição ao nome de Edinho Silva pode parecer a mesma enfrentada por Marcelo Barbieri, quando deixou a prefeitura quase quatro anos atrás. O MDB sabe disso, mas entende que – é possível reverter este quadro com ampla divulgação das 330 obras feitas por Marcelo Barbieri em oito anos de governo. Neste ponto Barbieri leva vantagem sobre Edinho que isolou politicamente Araraquara do Governo Federal e Estadual por questões ideológicas.
Recentemente, Barbieri chegou a publicar um livro sobre as obras feitas em dois mandatos e os números são extremamente superiores aos do governo petista; isso estaria por conta do isolamento com a extrema direita de Bolsonaro e distanciamento do Governo do Estado depois que João Doria, do PSDB, venceu as eleições. Em relação a Doria, Edinho tem buscado uma aproximação desde o início da pandemia do coronavírus e segundo consta estaria insistindo na candidatura de um nome, provavelmente de Edna Martins, para crescer a divisão de votos, o que lhe seria plenamente favorável.
Ao RCIA, Marcelo Barbieri sustenta que foi procurado por alguns partidos espontaneamente em sua casa, garantindo-lhe apoio na formação de uma frente para vencer Edinho Silva; outros partidos o próprio Barbieri procurou para dialogar e explicar que é imprescindível a união de todos numa disputa municipal em novembro. “Temos que nos conscientizar que Edinho será um adversário muito difícil, mas não impossível de ser derrotado, principalmente se houver uma mobilização para a formação de uma frente centro-direita”, comenta.
As reuniões – sempre individuais de Barbieri – teriam ocorrido com PSL, PSDB, PRB (Republicanos), Cidadania, Dem, PDT e PSB, segundo o ex-prefeito. Outras duas agremiações PV e Rede estariam negociando integrar essa frente através intermediação de representantes de uma das siglas que declara apoio a Barbieri, que neste momento reafirma sua intenção de não se candidatar ainda que alguns partidos o tenham convidado. As demais siglas partidárias deverão se manifestar nos próximos dias.
AS DIFICULDADES
O PSL que é presidido por Marcos Custódio confirma a reunião ocorrida com Marcelo Barbieri, mas diz estar interessado em criar uma identidade para o partido com candidato próprio, no caso o professor Coca Ferraz. O apoio a outro candidato vai enfraquecer o projeto que estamos criando para o futuro de Araraquara; temos consciência dos desafios que vão surgir e o nosso candidato tem qualidades que darão sustentação as nossas ideias no momento em que Araraquara se vê sem representatividade política nos governos Estadual e Federal e atravessando um período de decadência econômica. “Com candidato próprio e uma chapa de vereadores que já está completa vamos aguardar a convenção e seguindo a legislação eleitoral colocar a campanha na rua mostrando um programa de trabalho capaz de resgatar a tradição histórica do município”, disse Custódio, otimista em formar com esta decisão, uma bancada com pelo menos quatro vereadores.
Também o Patriota que tem o apoio do Podemos vem trabalhando seu pré-candidato a prefeito (o médico Luís Cláudio Lapena Barreto) e o vice-prefeito (Coronel Prado) e dificilmente apoiará Barbieri. Tanto Pedro Monteiro (Patriota) quanto Welton Travesolo (Podemos), presidentes respectivamente das agremiações já se manifestaram favoráveis a uma campanha pautada por programas que se identificam com as necessidades de Araraquara.