
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o escritório Alvarez & Marsal revele quanto pagou ao ex-juiz Sergio Moro depois que ele deixou a empresa, em outubro deste ano, para se aventurar na política. A determinação é do ministro Bruno Dantas, que acolheu pedidos do Ministério Público, apresentados pelo subprocurador Lucas Furtado.
No despacho, Dantas ainda determinou que seja feito o levantamento de todos os processos de recuperação judicial em que a empresa atuou no período da operação, em ordem cronológica, para acompanhar a evolução dos negócios da companhia.
Em despacho anterior, Bruno Dantas já afirmou que os atos de Moro “naturalmente” contribuíram para a quebra da Odebrecht – e quer saber se a Alvarez & Marsal foi beneficiada por eles ao se envolver na recuperação da empreiteira e de outras organizações investigadas sob o comando do ex-juiz.
OUTRO LADO
Pela internet, o ex-juiz Sergio Moro se defendeu e disse repudiar o posicionamento de Bruno Dantas. Ele afirmou que o ministro faz “insinuações levianas”. “Não enriqueci no setor público e nem no privado. Não atuei em casos de conflito de interesses. Repudio as insinuações levianas do Procurador do TCU a meu respeito e lamento que o órgão seja utilizado dessa forma”, declarou via Twitter.
“Trabalhei 23 anos na carreira pública. Lutei contra a corrupção neste país como ninguém jamais havia feito. Deixei o serviço público e trabalhei honestamente no setor privado para sustentar minha família. Nunca paguei ou recebi propina, fiz rachadinha ou comprei mansões”, concluiu Moro.