Home Destaques

Vice assume em Ribeirão Bonito e delegado suspeita de crime encomendado

Luiz Arnaldo de Oliveira, mais conhecido como Nanado, assumiu neste sábado (28) o cargo de prefeito de Ribeirão Bonito. Seu mandato deve durar pelo menos 12 meses.

340
Luiz Arnaldo Oliveira Lucato ao centro, no momento do seu juramento (Foto: Blog do Ronco)

A pequena cidade de Ribeirão Bonito ainda vive clima de forte comoção com a morte do prefeito Francisco José Campaner (PSDB), ocorrido nesta quinta-feira (27). Foi também neste cenário que tomou posse como chefe do Executivo Municipal, o vice-prefeito Luiz Arnaldo Oliveira Lucato (Patriotas), conhecido por Nanado. A cerimônia aconteceu neste sábado (29) na Câmara Municipal, com a participação de 8 dos 9 verreadores, estando ausente o vereador José Eraldo Chiavoloni (DEM).

COMO FOI

Exatamente às 10h, o presidente da Câmara João Victor Machado Borges (PSB) convocou dois vereadores, Armando Simões (Podemos) e Regivado Rodrigues da Silva (PSDB) para recepcionar Luiz Arnaldo. Na sequencia, o juramento foi feito como manda o protocolo, sendo Nanado empossado como o novo gestor de Ribeirão Bonito.

Ao fazer uso da palavra já como prefeito, Nanado lamentou o ocorrido com Campaner; segundo o Blog do Ronco que tem como mantenedora a AMARRIBO – Associação Brasileira Contra a Corrupção, entidade que ficou famosa por atuar contra os desmandos administrativos no município ao longo dos anos, a cerimônia não durou mais que uma hora.

A AMARRIBO fundada em 1.999 para ajudar Ribeirão Bonito sempre se declarou totalmente contrária aos atos supostamente duvidosos praticados pelos políticos “impedindo o desvio de mais de R$ 5 milhões dos cofres da prefeitura, pois isso era o que vinha acontecendo a cada 5 anos, e moralizou bastante a política de Ribeirão Bonito. Hoje acreditamos que não tenha político levando dinheiro de bolada para casa”, explica em seu site.

Já em sua posse, Nanado salientou que encontrará pela frente um desafio e que irá dar sequencia ao plano traçado pelo então prefeito Chiquinho, incluindo as obras em andamento. Solicitou aos vereadores apoio, bem como aos funcionários públicos de carreira e os nomeados com cargos de confiança, comenta Ronco em seu blog.

Três vereadores também se pronunciaram neste sábado: Nelson de Souza, Regivaldo Rodigues da Silva e João Victor Machado Borges.

O vereador Manoelito da Silva Gomes(PTB) leu emocionado, uma carta escrita pelo pároco da cidade, Padre Morales. A cerimônia teve duração de aproximadamente 1 hora.

Público presente a cerimônia de posse do prefeito Nanado (Foto: Blog do Ronco)

CRIME ENCOMENDADO

A Polícia Civil trabalha com hipótese de que o assassinato do prefeito de Ribeirão Bonito, Francisco José Campaner (PSDB), de 57 anos, morto a tiros na tarde de quinta, na zona rural do município, foi um crime encomendado. O município está a 41 km de Araraquara.

Segundo a investigação, o autor dos disparos teve o cuidado de recolher as cápsulas deflagradas para dificultar a identificação da autoria. A precisão dos tiros também é compatível com a ação de atirador profissional, afirmou a polícia.

Chiquinho Campaner, como era conhecido, seu chefe de gabinete, Edmo Marquette, e um amigo, Ary Santa Rosa, voltavam de um sítio em um carro oficial quando foram alvos de uma emboscada, segundo a Polícia Civil. O prefeito foi atingido por quatro tiros e morreu na hora. Os outros dois sobreviveram.

Um lavrador que passava pela estrada ouviu os pedidos de socorro e acionou a polícia. Marquette, atingido no peito, e Rosa, ferido na mão, foram levados para a Santa Casa de São Carlos.

Conforme o delegado de Ribeirão Bonito Reinaldo Machado, os dois sobreviventes disseram que um homem encapuzado saiu do mato e abordou o carro, que seguia em baixa velocidade, fazendo os disparos.

Machado afirmou que a polícia está em busca de pistas e várias linhas de investigação são consideradas. Ainda segundo as investigações, o prefeito não havia registrado nenhuma ameaçada recebida.

Na cidade de 12,8 mil habitantes, Chiquinho tinha hábitos conhecidos e costumava dirigir o próprio carro oficial.

Antes de ser eleito prefeito, em 2016, ele havia sido vereador por três mandatos. Em setembro, a Justiça arquivou uma ação civil pública em que o prefeito era acusado de usar dinheiro do erário para propaganda pessoal. Um pedido de cassação contra ele foi rejeitado pela Câmara Municipal.