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O adeus a Nenê Ciomino, o fabricante do Guaraná Mimosa em Araraquara

O envolvimento da Família Ciomino no processo do desenvolvimento econômico de Araraquara foi extremamente importante no momento em que Araraquara se tornava uma cidade emergente no começo dos anos 60. Na semana passada a morte de Nenê deixou sua terra entristecida e nós vimos partir o visionário da Família Ciomino.

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Uma bela música, a safona, a Mimosa sobre a mesa e o tocador

Araraquara perdeu na segunda-feira (31), José Carlos Ciomino, o “Nenê Ciomino” filho caçula de Miguel Ciomino, fundador da fábrica de bebidas “Irmãos Ciomino” e do histórico refrigerante – “Guaraná Mimosa”.

Nenê, era formado em contabilidade e assumiu a fábrica em 1964, com o falecimento do pai. Aposentou-se em 2007, dizendo que havia cumprido sua missão como homem de negócios bem sucedido. Uma das suas predileções, disse a filha Gina, nas redes sociais, era cantar: “Gostava, adorava cantar, um costume que começou já com os seus 15 anos”, destacou.

De fato, não foram poucas as apresentações de Nenê Ciomino no Clube 27 de Outubro, em nossa cidade e do público arrancava aplausos. Ele foi presidente do Lions Clube Lions, 15º Quarteirão de Amigos.

Cantando no 27 de Outubro

Nenê deixou a esposa Maria Aparecida Cerne, com quem foi casado por 60 anos, e as
filhas Gina, Vanderléa, netos e um bisneto.

A HISTÓRIA DA FAMÍLIA

A história da família Ciomino tem início em 1901 quando Carlos Ciomino desembarcou no Brasil vindo da Itália, acompanhado da mulher Ana Delboni e mais 8 filhos, entre eles Miguel, com 5 anos de idade.

Até aos 34 anos, Miguel morou na Usina Tamoio, casou-se com Angelina Onofre, com quem teve 8 filhos: Miguel Ciomino Filho (Zico), João, José Carlos (Nenê), Ana, Rosa, Maria, Tereza e Geni.

Nenê e as filhas Gina e Wanderléia

Em 27 mudou-se para Araraquara, adquiriu fórmulas para a fabricação de cerveja e refrigerantes, e fundou a Cervejaria Progresso na Avenida 7 de Setembro esquina da Padre Duarte, passando depois para a Rua São Bento, 1377; ele continuou na São Bento, montando a indústria na esquina da Barroso.

Em 1962, já com a indústria em nome dos filhos, foi construído o prédio da Barroso esquina da Rua Expedicionários do Brasil onde encontra-se até hoje. Miguel Ciomino faleceu em 1964.

Com a esposa Maria Aparecida Cerne, casamento de 60 anos

A marca Mimosa, refrigerante diferenciado, se tornou carro-chefe da fábrica e o mais procurado em bares e os armazéns da época.

Nenê, nasceu em 6 de abril de 1936, formado contabilista pela Escola Técnica de Comércio de Araraquara, assumiu a fábrica com a morte do pai e a ida do irmão Zico para montagem da Distribuidora Brahma.

Em janeiro de 1.999, iniciou-se o engarrafamento dos refrigerantes em embalagem Pet 2 litros, passo importante para modernização da empresa. Podemos considerar, a morte de Nenê, como uma perda irreparável para a nossa cidade, tendo em vista a enorme participação da família no processo de desenvolvimento econômico do município.

SUA VIDA NO CAMPO

Nenê também tinha uma louca paixão pelo campo; chegou num ponto da vida que optou em investir em propriedades rurais se adaptando ao tempo e as novas culturas. Conviveu com o plantio do café, citrus e também a cana-de-açúcar. Daí ser ele associado do Sindicato Rural de Araraquara e da Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara.

Ele se interessava muito em ter ciência sobre as adaptações que corriam na área rural e foi assim que viu crescer o mundo que criara pelos lados da pequena Nova Europa, onde mantinha suas propriedades juntamente com a esposa Maria Aparecida.

Matheus, o seu neto conta que o avô “enfrentou muitos desafios, mas sempre encontrando forças ao lado da mulher; juntos souberam vencer a todos os obstáculos com dignidade e respeito. Era visionário, homem de percepção e disposto a ouvir palavras que dessem estímulo  para buscar a expansão dos empreendimentos”, completa.