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O jeito solidário da mulher que tornou o Carmo sua terra adotiva

Mais que a cidade era o bairro do Carmo seu pedaço de chão, pois foi ali que ela e Francisco construíram com os traços da simplicidade um mundo que envolveu a família de 10 filhos.

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Rosa apagando as velinhas quando completou 82 anos

Rosa D’Angelo nasceu a 5 de dezembro de 1912, em Araraquara, na residência de seus pais Carmello D’Angelo e Josepha Bucca, italianos da região da Sicília, sendo ela a quinta filha de uma família de oito irmãos: Carmella, Francisca, Estevão, Vicente, Maria, Lúcia e Aparecida.

Em 4 de fevereiro de 1933, Rosa casou-se com Francisco Merlos, natural de Lorca, Província de Múrcia (Espanha), e que aqui chegou aos dois anos de idade juntamente com seus pais Francisco Merlos Martinez e Joana Fernandes Marin.

Rosa e Francisco, logo após o casamento, fixaram residência no bairro do Carmo, onde sempre moraram, dando apoio a todas as instituições que tiveram origem naquela região da cidade.

A esposa Rosa sempre participou das atividades profissionais do marido, incentivando-o e colaborando, tanto nas feiras livres em São Paulo como na criação de animais para abates e, finalmente, no comércio de ferro velho (sucatas), ramo esse que o tornou conhecido, e que depois permaneceu sob a administração de um dos seus filhos.

Rosa e o marido Francisco Merlos, acompanham o filho Valter no dia do seu casamento com Célia

Dona Rosa como era chamada, exemplo de fecundidade, instinto maternal e dedicação ao lar, teve com Francisco dez filhos e todos chegaram à idade adulta, educados e bem formados: cinco advogados, duas professoras, um engenheiro, uma dentista e um comerciante. São eles: Francisco Filho, casado com Antônia Cargano Merlos, Carmello, casado com Zilda Sidney Guedes Merlos (ambos falecidos), Gildo, que foi casado com Maria Eunice Fernandes Merlos (falecida); Joana, viúva de Aldimir Henriques; Marlinda, casada com Roque Fabrício de Andrade; José Carlos, casado com Maria do Carmo Fernandes Merlos; Daniel, casado com Mércia Moretti Merlos; Valter, casado com Célia de Freitas Merlos; Célia, casada com Paulo Roberto Piccolo e Antonio Carlos (falecido), que foi casado com Valéria Cristina de Freitas Merlos. Esses filhos lhes deram 34 netos, inúmeros bisnetos e trinetos.

Dentre os filhos, destacamos no cenário político da cidade, Gildo Merlos, eleito vereador à nossa Câmara por diversas legislaturas, inclusive ocupando a presidência do Legislativo em vários mandatos. Também se destaca na comunidade, Valter Merlos, empresário bem-sucedido, tendo sido vice-prefeito de Araraquara, dedicado rotariano e que no ano de 2002/2003 ocupou o cargo de governador do Distrito 4540 de Rotary Internacional. Ele por dois mandatos foi presidente da ACIA (Associação Comercial Industrial de Araraquara).

Uma rotina era a reunião de todos os filhos de Francisco e Rosa: Francisco, Carmelo, Gildo, Joana, Marlinda, José Carlos, Daniel, Valter, Célia e Antônio Carlos

Rosa tinha especial carinho com os menos favorecidos, principalmente aquelas famílias moradoras do bairro. participava das festas e nunca deixava de lembrar a toda família, das datas natalícias de cada um dos filhos. Católica praticante, de rica vida espiritual, era presença constante nas missas em todos os eventos realizados na Igreja Nossa Senhora do Carmo.

Rosa D’Angelo Merlos faleceu no dia 25 de março de 1999, aos 86 anos e seu esposo Francisco Merlos em outubro de 2002, estando ambos sepultados no cemitério São Bento. Rosa deixou um belo exemplo de trabalho em nossa comunidade e dedicação à família, inesquecível para aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-la.

Seu nome está na rua através da Lei Nº 5.474, de 17 de agosto de 2000, projeto de lei do vereador Omar de Souza e Silva (Mazinho), que denomina Avenida Rosa D’Angelo Merlos, a via pública da sede do município, conhecida como “Rua F” e “Caminho 01” do loteamento denominado Jardim Uirapuru, Estrela e Kanashiro, com início na Rua Maurício Galli e término na divisa da Fazenda Três Irmãs (Samua).

Observação: matéria original publicada pela Revista Comércio, Indústria e Agronegócio em janeiro de 2005 por Samuel Brasil Bueno em Seu nome está na rua.