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O Daae com sua renda milionária e inadimplência que deixa água mais cara

Apesar do Daae alegar que a inadimplência no pico seja de 15% e que com maior arrecadação os investimentos diminuíram em relação a 2018, a verdade está no elevado custo da água que acaba ficando por conta do bom pagador

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DAAE afirma que segue orientação da ARES para aumentar valor da tarifa

Com os cofres abarrotados e dando-se ao luxo de ajudar a Prefeitura Municipal nas horas de aflição, o Daae – Departamento Autonomo de Água e Esgoto tornou-se nestes últimos anos uma das maiores fontes arrecadadoras do município. Basta olhar para trás e ver sua disponibilidade de mais de R$ 6 milhões para comprar desnecessariamente da própria prefeitura um bem que já era público, o antigo campo do Estrela por mais de R$ 6 milhões.

Ainda que esteja com os cofres cheios a ordem parece ser de sangrar cada vez mais a população através lucro incessante e desmedido, tornando-se a nossa água uma das mais caras no Estado; consequentemente cria-se um índice percentual de inadimplentes, sendo necessárias outras estratégias para compensar o equilíbrio financeiro, a primeira delas, os reajustes – onde o bom pagador acaba contraindo para si a responsabilidade dos que não podem pagar.

Do interior do próprio Daae sai a informação de que, realmente, tem muita gente com três contas sem pagar e quase que sob pressão há o encaminhamento de nota para o corte, mas na prática os mais carentes viram votos  e quem paga a conta absurda da água é o bom pagador e também o desinteressado pelas questões políticas.

Embora se estabeleça conflito interpretativo sobre números disponibilizados pelo departamento, pois o seu portal da transparência não permite leitura tão popular ou simplória, é possível ver que se investiu menos em 2019 e arrecadou-se mais. No ano passado os investimentos chegaram a 16%; neste ano, foram 13,36%. Em cifras teriam sido R$ 3 milhões a menos.

Chegou-se a comentar que há um ano ou mais não se “corta” água. Alguns consumidores teriam dívidas milionárias com o Daae, o que não acreditamos, pois seria negligenciar sobre a legislação e a gestão pública. Na periferia, como alguns setores do Selmi Dei e bairros adjacentes, Residencial dos Oitis no bairro Iguatemi, a inadimplência seria altíssima, daí a consequência de se ter uma água mais cara. Há casos em que para se cortar o fornecimento tornar-se-ia preciso até mesmo escolta, o que é uma vergonha, pois tentar consertar um erro, cometendo outro erro, é inadmissível.

NOTA DO DAAE

Sobre a taxa de inadimplência e o corte d’aágua, o Departamento Autônomo de Água e esgoto, respondeu o questionamento com a seguinte nota:

“O Daae esclarece que o corte e a reabertura de ligação de água e esgoto são realizados por uma nova empresa contratada, por meio de licitação pública.

Para a realização dos serviços, a cidade é dividida em 20 grupos que, por sua vez, abrangem todo o município, incluindo todos os bairros, sem exceção.

Ressaltando que o Daae tem como procedimento executar o corte de contas vencidas somente após 60 dias de atraso e todos os débitos são resolvidos administrativamente (cortes, refis, fundo social ou parcelamento) ou judicialmente.

A fiscalização de combate às fraudes em hidrômetros também aumentou, após o corte, se o contribuinte não pediu a reabertura, a equipe de fiscalização visita os locais a fim de identificar a existência de fraudes, como lacre rompido ou by pass (é um encanamento clandestino desviado do hidrômetro para evitar o registro de consumo da água).

O Daae trabalha com funcionários para reabertura até as 21 horas, de segunda  à sexta, e até as 18 horas, aos sábados. Lembrando que se o contribuinte ligar no 0800 770 1595 e apresentar as contas pagas no ato do corte, o Daae faz a conferência e a reabertura.

Atualmente, a inadimplência oscila, mensalmente, entre 15% a 5%, diminuindo ao patamar de 3,5% no fechamento do exercício.”