O valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou queda de 1,04% em junho, segundo pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara. Com a redução, o preço da cesta passou para R$ 905,72 no período, barateamento de R$ 9,51 na comparação com maio, quando o custo foi de R$ 915,23.
Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – junho/2022 a junho/2023
No mês, somente o grupo de alimentação, que possui maior peso no custo total, apresentou queda de preço, com variação negativa de 1,64% ou R$ 12,08. Já os itens de higiene pessoal e limpeza doméstica apresentaram inflação, totalizada em um aumento percentual de 0,47% (R$ 0,50) e 2,98% (R$ 2,06), respectivamente.
Também em junho, os principais aumentos percentuais foram: batata (32,2%), sabão em barra (5,1%), extrato de tomate (4,4%), açúcar refinado (3,9%) e sabão em pó (3,7%). E os produtos com maior decréscimo percentual foram: óleo de soja (-9,9%), feijão carioca (-9%), frango resfriado inteiro (-8,1%), linguiça fresca (-6,9%) e carne de primeira – contrafilé (-6,1%).
A carne de primeira – contrafilé foi a responsável pela maior queda em termos monetários, provocando o decréscimo de R$ 8,40 no custo médio da cesta, em razão da diminuição de R$ 2,80/quilo. Na outra ponta, a elevação que mais pesou no bolso do consumidor veio da batata, a maior alta percentual, que apresentou acréscimo de R$ 6,89, em razão do aumento de R$1,72/quilo.
A batata figurou como um dos principais destaques entre as altas devido ao menor volume de tubérculos no mercado, de acordo com relatório da CEPEA-ESALQ/USP. “Isso ocorreu por conta do encerramento da safra de águas e início enfraquecido em produção da safra de inverno, resultante da seca. Além disso, as chuvas ocorridas durante o mês de junho, principalmente nas regiões produtoras do Sul do País, dificultaram sua colheita e diminuíram ainda mais a quantidade do legume no mercado”, revela Thais Gentile, pesquisadora do Núcleo de Economia do Sincomercio.
Já o produto que mais aliviou o bolso do consumidor, em termos monetários, pelo segundo mês seguido, foi a carne de primeira – contrafilé. De acordo com o CEPEA – ESALQ/USP, esse movimento ocorreu devido ao aumento da oferta de animais prontos para abate, resultado do maior investimento na produção pecuária nos últimos anos. “Mas como as exportações de carne bovina se mostram em ritmo intenso, isso pode sinalizar um movimento de alta futura no preço, devida a menor disponibilidade interna da carne”, diz Thais.
Outro produto em trajetória de quedas, e que apresentou a maior queda percentual, foi o óleo de soja. Para o CEPEA-ESALQ/USP, isso vem da baixa no preço da soja, que obteve uma safra de produção interna volumosa. A produção internacional do produto também segue em expressivo aumento da oferta, e o dólar se desvalorizando frente ao real. Dessa forma, o óleo de soja, por ser um dos derivados desse produto, teve em seu preço o reflexo do aumento da oferta do grão e a consequente diminuição de preço.
Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal do óleo de soja – junho/2021 a junho/2023
INFLAÇÃO
No acumulado de janeiro a junho de 2023, a cesta básica barateou R$ 52,20 – o que corresponde a 5,45% de redução. Entre os grupos de produtos, o grupo de alimentação e limpeza doméstica apresentaram redução, enquanto o grupo de higiene pessoal inflacionou. Os produtos de limpeza doméstica registraram queda de 3,64%, ou R$ 2,70, já os itens de higiene pessoal subiram 5,19%, equivalente a R$ 5,32, e o grupo de alimentação – o maior impacto financeiro – barateou 7,02%, ou R$ 54,81.
Já entre os produtos, 17 dos 32 avaliados apresentaram encarecimento entre os meses de janeiro e junho de 2023. Nesse sentido, os itens que apresentaram maior alta acumulada no primeiro semestre do ano foram: ovos brancos (20,18%), creme dental (11,16%), absorvente higiênico (9,99%), farinha de mandioca torrada (7,21%) e molho de tomate (6,38%). Já os que apresentaram maiores reduções foram: cebola (-52,61%), óleo de soja (-34,01%), frango resfriado inteiro (-16,89%), carne de segunda – acém (-13,37 %) e carne de primeira – contrafilé (-11,84%).
A variação acumulada em 12 meses para o custo total da cesta foi de -4,73% – barateamento de R$ 45,00. Entre os grupos de produtos, limpeza doméstica e higiene pessoal registraram aumento, enquanto alimentação, que possui maior peso sobre a cesta, apresentou redução. Os produtos de higiene pessoal registraram maior alta percentual, de 11,72%, equivalente a R$ 11,32. Já os itens de alimentação reduziram -7,80%, ou -R$ 61,49. Por fim, o grupo de limpeza doméstica ficou 7,80%, ou R$ 5,17 mais caro.
Entre os produtos, 17 dos 32 oscilaram para cima – o que corresponde a 53,12% dos itens que compõe a cesta básica analisada. No acumulado de junho de 2022 a junho de 2023, destacam-se: farinha de mandioca torrada (35,31%), ovos brancos (31,50%), batata (20,86%), creme dental (19,77%) e extrato de tomate (19,59%). Já os produtos que apresentaram as maiores variações negativas foram: óleo de soja (-45,37%), cebola (-23,39%), carne de primeira – contrafilé (-17,55%), queijo muçarela – peça (-16,60%) e frango resfriado inteiro (-16,29%).
Em junho, em sincronia com a pesquisa mensal do Sincomercio, o subgrupo Alimentação no domicílio do IPCA-15, divulgado pelo IBGE, apresentou desaceleração da inflação – o índice passou de 1,02% em maio para -0,81% em junho. O subgrupo de Higiene pessoal, registrou a décima primeira alta consecutiva, subiu 0,12%. Já o subgrupo Artigos de limpeza apresentou alta de 0,25% em junho.
No cálculo do IGP-M, índice de preços elaborado pela FGV-IBRE, a variação mensal do grupo de Alimentação apresentou queda, de 0,79% em maio para -0,33% neste mês. O grupo Habitação, que incorpora o subgrupo Material para limpeza, também registrou decréscimo: passou de 0,75% em maio para 0,41% em junho. E o grupo Saúde e cuidados pessoais, que incorpora o subgrupo Artigos de higiene e cuidado pessoal, apresentou igualmente desaceleração da inflação no último mês – de 1,22% em maio para 0,41% em junho.
SALÁRIO MÍNIMO
O custo médio da cesta básica em Araraquara representa atualmente 69,6% do salário mínimo. O valor é inferior ao registrado no mês anterior, de 70,3%, e 8,8 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em junho de 2022, quando o valor representava 78,4% do salário mínimo vigente à época. Em junho de 2021 e 2020, a cesta básica custava, em média, R$ 802,62 e R$ 648,75, representando, respectivamente, 73,0% e 62,1% do salário mínimo do araraquarense.
Gráfico 3 – Variação mensal do preço médio dos produtos componentes da Pesquisa de Preços da Cesta Básica em Araraquara – junho/2023
