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Estudo feito pela USP/Esalq diz que Araraquara possui 170 mil árvores nas calçadas

Araraquara tem uma quantidade muito boa, mas são muitas árvores podadas e pequenas, que não fazem a sombra que a cidade precisa, aponta pesquisa

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Professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho na apresentação do relatório sobre as árvores da cidade

Um inventário arbóreo realizado em todas as regiões de Araraquara constatou a presença de 170 mil árvores no sistema viário do perímetro urbano, em uma média de uma árvore a cada 24 metros. O estudo foi apresentado na quinta-feira (29), na Câmara Municipal, em reunião com vereadores.

O trabalho, que utilizou métodos de amostragem de quarteirões, foi realizado pelo Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP) de Piracicaba, em iniciativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Foram identificadas 53 espécies diferentes durante o estudo. Duas delas, oiti e alfeneiro, representam praticamente metade de toda a quantidade de árvores presente no município.

Segundo o professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, que coordenou o inventário, Araraquara possui um número de árvores acima de outras cidades, inclusive maiores em população. Porém, melhorias ainda podem ser realizadas.

NÃO FAZEM SOMBRA SUFICIENTE 

“Araraquara tem uma quantidade muito boa, mas são muitas árvores podadas e pequenas, que não fazem a sombra que a cidade precisa”, destacou. A maioria das árvores da cidade está abaixo de cinco metros de altura.

Para chegar a um cenário ideal, o inventário sugeriu para o Município o plantio de mais 80 mil árvores em todo o território urbano — chegando a 250 mil, o que representaria mais de uma árvore por habitante.

Dessas novas árvores sugeridas, 28,5 mil estariam em áreas consideradas prioritárias pela equipe que realizou o estudo, por registrarem temperaturas mais altas: as regiões central, leste e norte.

“O consumo de energia elétrica diminui quando você tem uma rua totalmente sombreada como a Voluntários da Pátria [Rua 5]. Imagine uma cidade quente como é Araraquara. É só um exemplo, mas tem outros. O equilíbrio emocional, a saúde física das pessoas, o efeito do filtro de poluentes proporcionado pelas folhas e pelas copas das árvores. Você tem economia na manutenção do próprio asfalto sombreado em relação ao asfalto que recebe sol pleno, porque ele se desgasta mais. Toda a comunidade se beneficia se houver uma política mais agressiva para ter mais sombra e maior cobertura de árvores na cidade”, afirmou o professor Demóstenes.

O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Carlos Porsani, declarou que os técnicos da secretaria passarão por um treinamento com a equipe da Esalq/USP. “Nos últimos anos, já fizemos um enorme plantio em Araraquara e retiramos muitas árvores que estavam com problemas. A partir deste momento, com os documentos [do inventário] na mão, vamos fazer um trabalho nessa parte climática”, explicou.

Estiveram presentes na apresentação o presidente da Câmara Municipal, Paulo Landim (PT), o vice-presidente, Aluisio Boi (MDB), a vereadora Fabi Virgílio (PT) e os vereadores Alcindo Sabino (PT), Edson Hel (Cidadania), João Clemente (PSDB) e Rafael de Angeli (PSDB), além da equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade e de outros representantes da Prefeitura.