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Ministério Público apura fraude e corrupção na venda do campo do Palmeiras da Vila (vídeo)

Em busca de provas o Ministério Público de Araraquara e a Polícia Civil desencadearam nesta quinta-feira uma operação com quatro mandados de busca e apreensão em três residências na Vila Harmonia, Santa Angelina e Jardim Imperador, além de uma distribuidora de bebidas na Vila Furlã. O foco está na articulação feita por um servidor público da Prefeitura, um falso leiloeiro e outras pessoas que movimentaram valores num golpe imobiliário.

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Excelente trabalho do Promotor de Justiça Herivelto Almeida e da Polícia Civil, mostrado na reportagem de Tadeu Alves

A casa caiu após denúncias de fraudes e corrupção na transação imobiliária que marcou a venda da sede do Palmeiras Esporte Clube na Vila Xavier para um determinado grupo. A movimentação criminosa que se investiga, teria envolvimento de servidor público que ainda não teve o seu nome divulgado. Também não há informação sobre a quantidade de pessoas envolvidas.

O escândalo verde e branco teve na manhã desta quinta-feira (02) talvez uma das fases importantes com o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, sendo três endereços residenciais na Vila Harmonia, Santa Angelina e Jardim Imperador. A ação do Ministério Público, chegou ainda a uma distribuidora de bebidas, na Vila Furlan. Em todos estes lugares foram apreendidos celulares, tabletes, notebook e documentos.

Na entrevista concedida ao RCIA, o promotor de Justiça, Herivelto Almeida, disse ao repórter Tadeu Alves que – há envolvimento de servidor público no suposto ato criminoso; ele teria se valido da sua atividade para criar tráfico de influência, motivando crime na formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. ”O servidor usou de influência para obter vantagem na transação”, comentou.

O promotor foi incisivo ao explicar a participação do funcionário no golpe fraudulento. Houve a iniciativa de se criar um leiloeiro particular e enganaram o comprador da propriedade com a circulação financeira inicial de R$ 150 mil; é provável que outros valores sejam agregados ao processo que ainda corre em busca de documentos, daí a busca e apreensão feita nas residências e na distribuidora de bebidas.

A Prefeitura Municipal de Araraquara vendo seu nome envolvido se apressou em distribuir uma nota que publicamos na íntegra:

“Com relação à diligência do Ministério Público, realizada na manhã desta quinta-feira, dia 02, a Prefeitura de Araraquara esclarece que a denúncia partiu do próprio Poder Público Municipal.

Os organismos municipais identificaram supostas irregularidades no processo licitatório da aquisição do imóvel (antigo campo do Palmeirinha) publicado pela administração municipal. Diante dos fatos documentados, a Procuradoria Municipal informou o Chefe do Executivo sobre o possível envolvimento de servidores públicos na intermediação de venda da área pública. O Chefe do Executivo tomou todas as providências cabíveis, a fim de iniciar investigação acerca dos fatos relatados no respectivo processo.

O documento relatando a anulação do processo licitatório por apontamento de irregularidades chegou da Secretaria de Administração à Procuradoria Municipal em 19 de outubro de 2022. Já no dia 26 do mesmo mês foi protocolada a denúncia no MP, com assinatura do próprio prefeito.

Em paralelo, o prefeito Edinho determinou a abertura de Processo Administrativo Interno (PAD) para investigação, o qual está em andamento, em se tratando de servidor público municipal envolvido.

Vale reforçar que este processo licitatório foi anulado exatamente pela denúncia de irregularidade. Posteriormente, um outro processo licitatório foi aberto para a venda deste e outros imóveis como ocorre de forma regular no município quando não há perspectiva de utilização dos imóveis para fins institucionais.

A Prefeitura reforça que atua no rigor da lei em toda e qualquer situação, com lisura e transparência.”

TADEU ALVES ENTREVISTA O PROMOTOR DE JUSTIÇA