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No Assentamento Monte Alegre, produtores iniciam o aprendizado para cultura da uva

Sindicato Rural de Araraquara e Senar SP já estão com as mãos - não na massa - mas nas uvas. Cerca de 15 produtores começaram o curso sobre o plantio e colheita de um dos frutos mais saborosos, seguindo normas técnicas que permitem no ano que vem uma frondosa colheita.

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O instrutor Pedro Luís, do Senar, retirando a terra para análise e estudo sobre os nutrientes que serão aplicados no Sitio Donizetti Porto

Sindicato Rural de Araraquara e Senar SP deram início no dia 18 e continuidade no dia seguinte no Assentamento Monte Alegre em Araraquara, ao curso da Cultura da Uva, tendo como instrutor Pedro Luiz da Silva, do Senar SP. Serão realizados oito módulos cada qual abrangendo uma etapa, até o final do ano.

Em março já havia sido definido o programa de sensibilização, que é a escolha do local e apresentação de regras para o curso de capacitação envolvendo diretamente 15 produtores rurais do assentamento.

O programa, de acordo com o engenheiro agrônomo João Henrique de Souza Freitas, tem fatores importantes ao longo da sua implantação, pois além de capacitar os produtores de frutas para o empreendedorismo e a gestão do negócio, eles se atentam para os cuidados com o plantio.

Adaptável a diferentes climas e com amplo mercado, desde o consumo in natura até o fornecimento de matéria-prima para a fabricação de sucos e vinhos, a uva é uma cultura com grande alcance geográfico e popularidade. Em São Paulo, as variedades estão presentes desde o final do século 19, de onde se espalharam a partir de cidades como Jundiaí e São Roque, tradicionais pólos de viticultura. Entre as vantagens produtivas estão a possibilidade de produção em áreas pequenas e os bons preços alcançados no mercado. Mas para isso é preciso enfrentar uma série de desafios práticos, entre eles o bom manejo das parreiras.

“Posso dizer que o curso ajuda o produtor a elaborar o planejamento estratégico da propriedade e, consequentemente, eleva a renda e a produtividade. As ações envolvem todos os processos da cadeia produtiva e possibilitam aprofundar conhecimento nas áreas econômica, social e ambiental e na gestão do negócio”, comenta o coordenador regional do Senar SP.

Se por um lado o manejo da videira é um desafio, principalmente a realização de adubação, poda, desbrota e pulverizações necessárias, por outro, é algo rentável que soma na arrecadação familiar. Há também uma logística facilitada pois o Assentamento Monte Alegre fica próximo de Araraquara, onde o produto poderá ser colocado à venda por um valor mais acessível.

O instrutor Pedro Luiz da Silva tem dito que as zonas com maior aptidão para plantio de uvas para consumo in natura abrangem os estados da Bahia, Pernambuco e Paraíba e a quase totalidade do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão: “Mas, nada é impossível de se ter boas colheitas nesta região, dependendo muito da forma que a terra for preparada.

Nestes primeiros passos da capacitação e preparação para o surgimento dos primeiros produtores de uvas da região, Pedro Luiz fez comentários sobre as condições climáticas, dizendo que  os perigos são geadas fora de época e as chuvas de granizo, que causam um grande prejuízo à plantação. “Um dos cuidados necessário é cobrir com tela para prevenir contra chuva de granizo e pássarosjustifica.

Outro alerta é sobre o monitoramento e manutenção ajustada dos níveis de acidez e nutrientes do solo. Segundo a Embrapa, os solos mais indicados são pouco argilosos e bem drenados, com pH variando de 5 a 6,5 e médio teor de matéria orgânica. “O ideal é realizar uma análise do solo e fazer uma adubação de correção e/ou de produção através do laudo que o laboratório responsável ou agrônomo indicarem. E jamais deixar o solo descoberto, sempre manter uma cobertura, morta ou verde – capim nativo como braquiária é um ótimo exemplo de cobertura verde”, contam os técnicos.

A ESCOLHA DA ÁREA PARA O PLANTIO DAS MUDAS DE UVA