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O maior e mais forte abraço dado na história da cidade, partiu da Santa Casa

Hospital conseguiu reunir centenas de pessoas para um abraço que correu pelas ruas e avenidas que cercam o prédio. Movimento em todo o Brasil foi para sensibilizar autoridades da Saúde que acompanham o caos dos hospitais filantrópicos.

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O hospital cercado pelo abraço carinhoso da população

O Portal RCIA acompanhou nesta terça-feira (19) o maior dos abraços que Araraquara já teve em toda sua história. Ele aconteceu depois das 17h30, quando as Santas Casas de Araraquara, Santa Casa de São Carlos e o Hospital Carlos Fernando Malzoni (HCFM) de Matão, se uniram e participaram da Campanha “Chega de Silêncio” da CMB (Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos), que ocorreu simultaneamente em todo o país.

No total, disse Rogério Bartkevicius, diretor Geral da Santa Casa de Araraquara, foram 1.824 instituições de todo Brasil que se mostraram unidas nesse dia para alertarem à sociedade para a grave crise financeira da maior rede hospitalar do SUS e pedir ajuda para a sustentabilidade desses hospitais filantrópicos.

Bartkevicius comentou que foi um gesto de demonstração de reconhecimento da importância dos serviços de saúde prestados a todos, de respeito e afeto para com os profissionais que se dedicam a salvar vidas, e principalmente de reflexão de que cada um de nós tem sua responsabilidade para a manutenção e sobrevivência desses hospitais que representam cerca de 60% do atendimento ao SUS no Brasil”.

Na verdade o movimento teve como objetivo um pedido de socorro e de recursos para a sobrevivência e manutenção dos atendimentos. O subfinanciamento é a remuneração dos serviços SUS que é abaixo do custo e é a principal causa da crise e do endividamento dessas instituições.

À imprensa um dia antes o diretor da Santa Casa havia comentado que desde o início do plano real, em 1994, a tabela SUS e seus incentivos foi reajustada, em 93,77%, enquanto o INPC (índice de preços ao consumidor) foi de 636,07%, o salário mínimo em 1597,79%, o gás de cozinha em 2.415,94%. E fez um desabafo: “Este descompasso brutal representa R$ 10,9 bilhões por ano de desequilíbrio econômico e financeiro na prestação de serviço ao SUS, de todo o segmento. Desta forma se não houver políticas imediatas, consistentes, de subsistência para estes hospitais, dificilmente nossas portas se manterão abertas e a desassistência da população é fatal” – afirma o presidente da CMB, Mirocles Véras.

“A crise que o nosso hospital atravessa é puramente financeira. Essa questão com o SUS, é um problema da saúde pública e que impacta a maioria das Santas Casas do país”. De acordo com ele, a pandemia da Covid-19 agravou ainda mais a situação, somado a fatores, como a alta nos custos de insumos hospitalares.

A Santa Casa de Araraquara está acumulando um déficit econômico de 2 milhões de reais por mês.

ASSISTA O VÍDEO DO ABRAÇO DADO NA SANTA CASA