
A Copa Libertadores da América Feminina tem início marcado para esta sexta-feira, em Quito, no Equador, com quatro jogos envolvendo os Grupos A e B, onde a Ferroviária faz a sua estreia, às 21h30 (horário de Brasília), diante do Mundo Futuro-BOL, no estádio Casablanca.
Porém, a crise enfrentada no país-sede da competição tem causado transtornos e muita preocupação com a questão da segurança.
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O Corinthians, outro brasileiro presente na competição, está presente em Quito desde domingo e teve problemas com o hotel, localizado na região central de Quito, e precisou ser transferido. Além disso, a equipe foi proibida pela polícia local de sair para fazer treinamentos no campo.
“Chegamos no domingo e a situação no país é realmente complicada. Foi decretado o estado de exceção e na segunda-feira o governo anunciou a troca de sua sede para Guayaquil. Nas ruas, são muitos protestos, alguns deles com conflitos e violência. Na terça-feira, precisamos deixar o hotel onde estávamos, no centro de Quito, por medida de segurança, a pedido do Comitê Organizador Local (COL). Lá está o foco das manifestações. Mas, apesar desse contexto estamos todos bem”, declarou o treinador Arthur Elias.
Já as Guerreiras Grenás chegaram na quarta-feira pela manhã e a delegação foi escoltada até hotel, região mais afastada onde acontece a onda de protestos.
Existe rumores de que a competição poderia ser adiada até que a situação no país seja controlada ou até mesmo a possibilidade de trocar a sede. A Conmebol garantiu a realização do torneio, dando o respaldo na segurança durante os jogos.
COORDENADORA DE FUTEBOL FALOU
Em meio ao caos, a Coordenadora de Futebol Feminino da Ferroviária, Ana Lorena Marche, se pronunciou, através da assessoria do clube, e declarou que desde a chegada da equipe no país está tudo dentro do planejado.
“Ontem [quarta-feira], fizemos um descanso e alimentação com elas [jogadoras], propícia para adequação ao local. Hoje, fizemos um trabalho de academia e teremos treino na parte da tarde. Não mudamos em nada a nossa rotina até o momento. Não passamos por alguns percalços que algumas equipes tiveram. A Conmebol está garantindo a nossa segurança em todo ao redor do hotel”, declarou a coordenadora.
Uma reunião com o COL (Comitê Organizador Local) está programada para a noite desta quinta-feira, onde falarão sobre a disputa do torneio e a situação na cidade-sede.
Confira o vídeo divulgado pela assessoria da Ferroviária:
A Coordenadora do Futebol Feminino da Ferroviária, Ana Lorena Marche, falou sobre a situação da equipe em Quito e que nesta noite terá uma reunião com o COL sobre a realização da Libertadores.
? Tiago Pavini / Ferroviária S/A pic.twitter.com/E3lNN1dhmi
— Rafael Zocco (@rafaelzocco) October 10, 2019
CRISE NO EQUADOR
O Equador enfrenta a crise desde o pacote de economia lançado pelo governo, na semana passada, tendo o corte de subsídios nos combustíveis entre uma das medidas.
Com isso, houve o aumento na gasolina e no diesel em 123%, fazendo trabalhadores nos setores de transporte se mobilizarem na onda de protestos, levando isso para o restante do país.
O presidente equatoriano, Lenín Moreno, decretou Estado de Exceção e mudou a sede do governo de Quito para a cidade costeira, Guayaquil.
A onda de protestos segue e diversos setores sociais, inclusive o movimento indígena do país, participam dos atos contra o atual governo.
Até o momento, foram cinco mortos durante os protestos, sendo um indígena, e mais de 800 pessoas fora presas até o momento.