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Especial Guerreiras Grenás: Com 19 anos, atacante deixou o seu legado na história grená

Última reportagem da série especial tem como entrevistada a atacante Tábatha, autora de dois dos três gols na decisão diante do Colo Colo, em 2015

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Tábatha marcou seu nome no Atanasio Girardot na final contra o Colo Colo - Crédito: Tetê Viviani

A reportagem da RCIA Araraquara se orgulha de encerrar este especial em homenagem ao título das Guerreiras Grenás da Copa Libertadores 2015 com um nome que foi essencial na final diante do Colo Colo-CHI e marcou o seu nome na história do futebol feminino grená.

Tábatha Dainara Santos da Silva foi a “guerreira predestinada” daquela decisão. Antes de chegar ao seu grande momento, havia assinalado apenas um gol na competição, na goleada diante do Colón-URU por 4 a 0, na fase de grupos.

Porém, o dia 8 de novembro de 2015 jamais saíra da então garota de apenas 19 anos de idade e do significado da alcunha “Guerreira Grená”.

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“É o ano que vai ficar eternizado em minha carreira profissional. Com muito trabalho e, principalmente, com o espírito de equipe, foram as diferenças da Ferroviária no campeonato. Passamos um ano difícil, mas quanto mais difícil, maior a recompensa”, lembra.

Na final, diante das chilenas, Tábatha desencantou e viveu o seu momento de artilheira ao usar a cabeça para marcar dois dos três gols da Ferrinha, com assistências de Nenê, ajudando o clube a chegar ao título continental inédito.

Atacante comemora o primeiro gol. O segundo também seria de cabeça – Crédito: Tetê Viviani

“Jogar um campeonato tão importante quanto à Libertadores e fazer história com aquela equipe maravilhosa, eu visto a camisa e torço aonde eu estiver pela Ferroviária”, complementa. Barrinha foi a autora do terceiro gol, que sacramentou a conquista.

Após a consolidação, a atacante apareceu cada vez mais no time titular, com chances dadas pelo treinador Leonardo Mendes.

“Eu não tinha tantas oportunidades no time por ser nova, mas o Léo começou a dar mais chances para mim, tanto que eu fui a artilheira do Campeonato Paulista de 2017” conta. Naquela edição, marcou 17 gols.

Mesmo jovem, a jogadora já havia conquistado títulos com a camisa grená: o Brasileiro e Copa do Brasil de 2014, além do vice-campeonato Paulista e também o vice da Copa do Brasil de 2015.

Ela também esteve presente na segunda Libertadores de 2016, mas a campanha não saiu como esperado e equipe saiu de forma precoce na primeira fase.

NO FUTEBOL ISRAELENSE

A ascensão de Tábatha no futebol foi decisivo em 2017. Depois do bom desempenho no Campeonato Paulista,  a atacante, recebeu proposta e aceitou o desafio de jogar no WFC Ramat-Hasharon, de Israel.

Há duas temporadas no futebol israelense, a ex-atacante afeana mostra competência, sendo campeã da Copa do Estado de Israel, além de ter sido artilheira da Liga.

Jéssica Alagoana (esq.) e Tábatha foram campeãs pelo Ramat-Hasharon, de Israel – Crédito: Reprodução / Instagram

“O futebol daqui está crescendo muito. Estão contratando muitas estrangeiras, principalmente brasileiras e americanas para evoluírem ainda mais”, destaca a artilheira.

No Ramat, Tábatha, agora com 23 anos, tem a companhia da também brasileira Jéssica Alagoana, que está em sua segunda passagem no clube e aqui no Brasil se destacou no União Desportiva-AL e Kindermann.

TATIELE E NA TORCIDA PELO BI

Natural de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, a jogadora iniciou na base do Grêmio e revelou ter trabalhado com Tatiele Silveira, participando da conquista do Campeonato Gaúcho Sub-17.

“Trabalhar com a Tati fez chegar aonde eu cheguei. Ela sempre acreditou em mim, me deu maior apoio, colocava eu pra jogar e me passava muita confiança pra mim. O olhar dela, a garra de vencer, essa energia que ela passa é surreal. Só ela tem isso. A gente ganha antes de jogar. É incrível! Tenho um carinho e respeito por ela muito grande. Ela sabe disso. Tô muito feliz e orgulhosa dela”, lembra a gaúcha.

Tábatha, na direita em pé, com a camisa do Grêmio no Sub-17, quando tinha apenas 14 anos – Crédito: Divulgação

Do outro lado do mundo, Tábatha ficou feliz pelo bicampeonato brasileiro e diz que estará na torcida por mais um título da Libertadores.

“Estou muito feliz pela conquista da Ferrinha e parabenizo a comissão técnica por fazer um trabalho incrível com essas meninas. Nunca percam o brilho no olhar de vestir essa camisa e de terem a vontade de ser campeãs, como elas tiveram [em 2015]. A Ferroviária fez história e vai continuar fazendo”, enfatiza.

A Libertadores acontece entre os dias 11 e 27 de outubro, em Quito, no Equador. A Ferroviária está no Grupo B, ao lado de Deportivo Cuenca-EQU, Estudiantes de Caracas-VEN e Mundo Futuro-BOL.

O clube estreia nesta sexta-feira (11), às 21h30 (horário de Brasília), diante do Mundo Futuro-BOL, no estádio Casablanca.