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STJD dá pena branda para árbitros envolvidos em caso de racismo e homofobia contra técnico de Araraquara

Dupla pegou 20 e 30 dias de suspensão e foram liberados para retornarem as suas atividades

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Crédito: Diogo Balisteri Fotografia

Nesta quarta-feira, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) julgou e suspendeu os árbitros Adriano Alves da Rocha e Zaine Roberto de Souza Marques, por assediar jogadoras de handebol do Centro Olímpico e de fazerem comentários racistas e homofóbicos contra o técnico da Fundesport/Araraquara, Robison Santos, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro Juvenil Feminino, no dia 16 de setembro, disputado na cidade de Sorocaba.

Os dois foram denunciados no Código Brasileiro de Justiça Desportiva, no Artigo 243-G (Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência), podendo pegar de cinco a 10 partidas, além de multa que varia de R$ 100 a R$ 100 mil, mas foram absolvidos.

Porém, eles foram condenados no Artigo 258 (Assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código).

Adriano pegou suspensão de 60 dias, porém foi reduzida para 30 dias, enquanto Zaine ficou com 40 dias, mas também reduzido para 20.

Como já haviam sido afastados pela Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) após a denúncia, eles podem, em teoria, retornar as atividades por terem ficado um tempo maior afastados em relação a pena julgada. A decisão cabe recurso no Pleno do STJD.

O ge.com teve acesso aos áudios que foram ao ar durante a transmissão do jogo em que os árbitros mencionam as atletas do Centro Olímpico como “essa está gostosinha, que delícia”, “elas eram magrinhas, mas engordaram na pandemia”, além de palavras direcionadas ao técnico araraquarense: “seboso, cara de bêbado, mal vestido. Parecia uma moça jogando”.

RELEMBRE O CASO

Na partida entre Unicesumar/Sesi/Fundesport e Centro Olímpico, válido pelo Campeonato Brasileiro Júnior Feminino, por conta de atos racistas e homofóbicos contra o técnico do time araraquarense, Robison Santos. Os árbitros também citaram as aparências físicas das jogadoras do Centro Olímpico.

Os comentários feitos saíram ao vivo durante a transmissão da partida e trouxeram grande repercussão pedindo para que a Confederação afastasse a dupla de imediato. O vídeo foi apagado pouco tempo depois.