Na manhã deste sábado, a Ferroviária oficializou a chegada de Lindsay Camila como treinadora do futebol feminino para esta temporada. O clube havia confirmado a contratação no dia 2 deste mês, quando ela ainda passava o período de festividades na França.
Anteriormente, Lindsay estava como auxiliar de Simone Jatobá na seleção brasileira Sub-17. Já em Araraquara, exaltou a Locomotiva e falou o que representa a instituição para a modalidade.
“Quando se fala em futebol feminino no Brasil, a primeira coisa que vem na minha cabeça, é a Ferroviária e Araraquara. Na minha opinião, e não é porque estou aqui hoje, acho que a história, os títulos e tudo que aconteceu falam por si, é um dos clubes mais tradicionais do futebol feminino. E ser convidada para dirigir e assumir um projeto deste tamanho, não tem muita explicação, é só gratidão. Sei que não é qualquer clube, em dois anos, são três finais, então já chego para tentar seguir essa mesma linha”, contou ao portal do clube.
Esta será a primeira vez que ela comandará uma equipe que está na Série A1 do futebol brasileiro. Com uma carreira formada toda na Europa, Lindsay possui a licença A de treinadora na UEFA, a uma de ter a Pro.
A profissional de 38 anos falou sobre essa parte cultural envolvendo o futebol e como a troca de experiências com o grupo de jogadoras e também do clube para poder agregar o trabalho como um todo, além de abrir as portas para as categorias de base no profissional.
“É uma experiência muito positiva. Eu chego ao clube para agregar, trazer o que eu conheço e aprender. Eu tive a sorte de trabalhar muito tempo fora do Brasil e me formar na Europa, vindo de uma cultura diferente do que é aqui, então eu acho que eu vou aprender muito com as meninas e com o clube, e também acho que posso dar um pouco daquilo que vivi. Acho que isso vem para ajudar este projeto de reformulação, renovação e aposta na base, de fazer brilhar as atletas daqui”, apontou a técnica.
Logo de cara, Lindsay terá pela frente a disputa da Copa Libertadores de 2020, que será disputada este ano por conta da pandemia do coronavírus, entre os dias 5 e 21 de março, na Argentina. Na edição passada, as Guerreiras ficaram com o vice-campeonato, perdendo a decisão para o Corinthians.
“Eu gosto de desafios. Acho que quanto mais difícil, mais gostoso é. Vamos trabalhar, implantar uma filosofia de trabalho, tendo que me adaptar às atletas e as atletas abraçarem a causa, para gente tentar mesclar o que eu quero, com o que elas querem, e o que nós vamos querer. É um time muito forte, que esteve em três finais em dois anos, então não é qualquer clube e o elenco é muito bom. Acho que a base do clube, a estrutura, é muito forte e isso para elas não vai ser tão difícil, a expectativa para a Libertadores é a melhor possível”, destacou.
Ela também falou sobre o seu estilo de trabalho e pretende implementar um jogo mais intenso, procurando utilizar muito a velocidade para ter uma equipe mais eficaz durante as partidas.
“É uma equipe que vai trabalhar muito. Eu gosto muito de intensidade e com velocidade. Tentar ser um time que domina o jogo, mas para isso vai precisar ser bem trabalhada fisicamente, ter a intensidade. É mesclar o que temos aqui no Brasil e a parte física, que vem de fora. Acho que dá para fazer isso aqui no país e aqui na equipe da Ferroviária”, revelou a comandante grená.
O elenco se reapresenta nesta segunda-feira para iniciar a pré-temporada. Além da Libertadores, a Ferroviária terá pela frente este ano a disputa do Brasileiro Feminino, previsto para começar no dia 28 de março, e também o Paulista Feminino, ainda sem data de início.
