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Retrospectiva Grená 2021: Do brilhante Paulistão ao “quase” na Série D

O Portal RCIA Araraquara inicia a primeira das três partes envolvendo as campanhas da Ferroviária neste ano de 2021, do profissional masculino, feminino e as categorias de base

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Crédito: Montagem / Tiago Pavini/Ferroviária S/A - Tetê Viviani

A primeira parte da Retrospectiva Grená trata sobre a campanha feita pelo elenco profissional masculino da Ferroviária em participações no Paulistão e no Campeonato Brasileiro da Série D.

Para o estadual, a Locomotiva aumentou o seu investimento e fez uma mistura de experiência com juventude em seu elenco, trazendo nomes experientes, como do zagueiro Didi e repatriando o meia Renato Cajá, ídolo da torcida grená e que marcou época duas décadas atrás, além da presença do jovem Vinícius Zanocelo, vindo da Ponte Preta.

Quem comandou a equipe foi o técnico Pintado, que vinha da campanha do acesso com o Juventude para a Série A do Campeonato Brasileiro.

Durante todo o torneio, não tivemos a presença da torcida por conta da pandemia do coronavírus. Com o agravamento da doença no país, o campeonato precisou ser paralisado logo após o término da quarta rodada, retornando um mês depois, com jogos sendo marcados com menos de 48 horas de intervalo para evitar problemas no calendário do futebol brasileiro.

Mesmo com a boa campanha que estava sendo feita, a saída de Pintado ainda no meio do campeonato para o Goiás deixou todos intrigados sobre o comportamento da equipe, já que restando apenas quatro jogos para o fim da primeira fase, nem classificação e muito menos permanência na elite não estavam garantidos.

A diretoria apostou em Elano Blumer para a sequência da competição e deu certo. Com pontuação recorde desde seu retorno à elite, em 2016, a Ferrinha fez a sua melhor campanha, terminando na segunda colocação do Grupo B, somando 21 pontos, com seis vitórias três empates e três derrotas em 12 jogos disputados, obtendo aproveitamento de 58,3%, superando a campanha de 2019, ficando atrás apenas do São Paulo e a frente da Ponte Preta e do rebaixado São Bento.

Na campanha, destaque para goleada imposta no clássico diante do Botafogo por 5 a 0, em plena Fonte Luminosa, sendo a maior do torneio. Esta também é a maior diferença de gols obtidas nos mais de 150 jogos disputados entre as equipes ao longo da história.

Diante dos “grandes do estado”, vitória sobre o Corinthians, empate diante do Santos e derrota para o Palmeiras na primeira fase.

Já nas quartas de final, encarou o São Paulo, o primeiro colocado de seu grupo. Em partida única realizada no Morumbi, o Tricolor levou a melhor e venceu por 4 a 2.

Depois de 31 anos, a Locomotiva voltou a ter o artilheiro da competição com Bruno Mezenga, autor de nove gols. Ao todo, foram 22 gols marcados pela equipe em toda a competição e 16 sofridos.

Jogos por rodada:

Ferroviária 1×0 Inter de Limeira
Santos 1×1 Ferroviária
Ferroviária 5×0 Botafogo
Palmeiras 2×0 Ferroviária
Ferroviária 1×2 Guarani
Grêmio Novorizontino 3×1 Ferroviária
Red Bull Bragantino 0x0 Ferroviária
Ferroviária 2×1 Corinthians
Mirassol 1×3 Ferroviária
Ferroviária 1×0 Ituano
São Caetano 0x3 Ferroviária

Quartas de final
São Paulo 4×2 Ferroviária

MELHOR CAMPANHA E RECORDES: A FERRINHA FICOU NO “QUASE” NA SÉRIE D

Com um elenco praticamente iniciado do zero, a Ferroviária iniciou a caminhada em mais um Campeonato Brasileiro da Série D, sendo a sua quarta participação consecutiva.

Na equipe, jogadores também experientes e apostas das categorias de base, como Vinícius Oliveira, Matheus Fernando, Ian Luccas e Júlio Vitor.

Ainda sob o distanciamento da torcida do estádio, isso não fez com que diminuísse a pressão feita em cima da equipe para obter o tão sonhado acesso e apagar o vexame causado no ano passado, com a derrota para o Marcílio Dias, na segunda fase, em plena Fonte.

O início já deixou o torcedor com o sinal de alerta ligado com a derrota sofrida para o Uberlândia por 3 a 0, em partida realizada no estádio Walter Ribeiro, em Sorocaba, sob mando da Locomotiva, já que o gramado da Fonte passava por reformas para a troca do gramado de inverno.

Porém, após o início duvidoso, a Ferrinha mostrou a que veio e foi arrasadora na primeira fase de grupos. Nos outros 13 jogos em disputa, não perdeu nenhum alcançando incríveis 12 vitórias e um empate, terminando na primeira colocação do Grupo A6.

Destaque para a goleada sobre o Águia Negra por 7 a 0, a maior no estádio da Fonte Luminosa depois da profunda reforma, feita em 2009.

O grande feito na primeira fase foi da equipe ter ficado 12 jogos sem sofrer gols (1.076 minutos). A marca caiu na vitória sobre a Caldense, na Fonte Luminosa, por 3 a 1.

Já contra o Rio Branco-ES, o atacante Victor Paraíba entrou para a história do estádio araraquarense ao anotar o gol mais rápido da história do estádio com 27 segundos de jogo.

Campanha na primeira fase do Grupo A6 do Brasileiro da Série D:

TURNO
Ferroviária 0x3 Uberlândia
Caldense 0x1 Ferroviária
Ferroviária 1×0 Rio Branco de Venda Nova-ES
Rio Branco-ES 0x3 Ferroviária
Ferroviária 7×0 Águia Negra
Ferroviária 1×0 Patrocinense
Boa Esporte 0x0 Ferroviária

RETURNO
Ferroviária 2×0 Boa Esporte
Patrocinense 0x2 Ferroviária
Águia Negra 0x1 Ferroviária
Ferroviária 2×0 Rio Branco-ES
Rio Branco de Venda Nova-ES 0x0 Ferroviária
Ferroviária 3×1 Caldense
Uberlândia 1×1 Ferroviária

14 jogos, 10 vitórias, três empates e uma derrota. 24 gols marcados e cinco sofridos. 78% de aproveitamento.

Na segunda fase, um jogo turbulento diante do Brasiliense e que terminou em confusão. Após empatarem por 0 a 0 no jogo de ida, em Brasília, a decisão aconteceu na Fonte Luminosa e contou com bastante polêmica.

O atacante Júlio Vitor, da Ferrinha, sofreu penalidade, mas o árbitro marcou falta fora da área. Porém, após consultar o assistente, ele voltou atrás da decisão e marcou pênalti para desespero dos jogadores do Jacaré.

A partida ficou paralisada por mais de 10 minutos. Depois do manifesto, o próprio Júlio Vitor cobrou e garantiu o time grená nas oitavas de final pela primeira vez em sua história na competição.

Depois do término do jogo, parte dos jogadores e comissão técnica do Brasiliense tentaram agredir o árbitro do jogo. Na súmula, foi relatado chutes e cusparadas no quarteto de arbitragem.

Já no duelo das oitavas de final, a partida diante do Esportivo de Bento Gonçalves foi especial, pois marcou o retorno do público ao estádio depois de mais de um ano de pandemia do coronavírus no Brasil.

No jogo de ida, em Bento Gonçalves, a Ferroviária venceu a partida por 2 a 1 e saiu com uma boa vantagem para o jogo da volta.

Com sua torcida, a equipe empatou por 1 a 1 e alcançou às quartas de final, fase que lhe garantiu a disputa pelo acesso para a Série C.

Porém, ficou apenas no sonho. Em uma partida muito equilibrada diante do Atlético Cearense, a Ferroviária voltou com o empate por 1 a 1 para Araraquara, tendo que vencer para evitar a decisão por pênaltis.

Na Fonte, em um jogo em que a Locomotiva prevaleceu o campo ofensivo em boa parte do jogo, a falta de pontaria fez com que o duelo ficasse no 0 a 0, partido para a disputa das penalidades. E o gosto foi amargo.

A equipe sucumbiu e foi derrotada pelo time cearense por 4 a 3, com direito ao goleiro Carlão, da Águia, defendendo quatro cobranças, uma delas de Ian, que poderia ter colocado a Ferrinha na terceira divisão nacional.

Mesmo com a eliminação, a Locomotiva ainda detém 19 jogos de invencibilidade. Em 2022, o clube terá mais uma vez a chance de tentar o acesso para a Série C do Brasileiro.