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Xingado por torcedores da Ferroviária, Elano Blumer encara situação como tranquila: “A gente não vai mudar isso dentro do futebol”

Treinador lamentou algumas atitudes que aconteceram na noite desta quarta-feira, na partida contra o Santos, e quer a torcida presente na Fonte Luminosa

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Crédito: Tiago Pavini/Ferroviária SA

O empate diante do Santos não foi muito bem digerido por parte da torcida da Ferroviária na noite da última quarta-feira, na Fonte Luminosa.

Durante a partida, quando o placar apontava a vitória parcial de 1 a 0 para o Peixe, um pequeno grupo de torcedores começaram a xingar o treinador Elano Blumer atrás do banco de reservas.

A cena chamou atenção, pois um membro de sua comissão acabou retrucando, causando ainda mais indignação de quem estava perto do banco de reservas.

Durante este tempo, a equipe havia obtido o empate e até mesmo a virada, mas viu o adversário alcançar a igualdade ainda no primeiro tempo.

A equipe grená havia conseguido vantagem no placar de 3 a 2 em pênalti convertido por Bruno Mezenga, já aos 45 minutos, mas, aos 48, foi castigada com o gol de empate, marcado por Léo Baptistão, em falha do sistema defensivo grená.

O lance teve participação do zagueiro Arthur, que originou o escanteio, e depois de Marquinhos, que tentou cabecear para afastar a bola, mas acabou servindo o atacante santista, trazendo mais revolta da torcida.

Após o jogo, Elano comentou a situação vivida, lamentou, mas encarou como tranquila, dizendo que isso faz parte da cultura futebolística e não tem como ser mudado.

“São quatro, cinco pessoas que ficam ali atrás do banco, falando palavras até meio pesadas. Eu peço desculpas para algum torcedor se eu fiz alguma coisa, porque eu olho para trás e, às vezes, eu não acredito no que estou ouvindo. Se um membro da comissão falou ou fez alguma coisa, confesso que não vi. Só pedi para deixar de lado, pois a torcida faz parte do nosso time. Estamos do mesmo lado”.

“Tem sempre um cara que é mais exaltado, que por um motivo ele fala uma coisa que acaba nos ofendendo. Eu ouço barbaridades, mas eu não posso generalizar a torcida da Ferroviária. Pelo contrário, eu vivo na cidade faz bastante tempo, sou muito bem quisto por bastante gente. Para o torcedor que me ofende, ele sabe quem é, é triste. Eu tenho três filhas e venho trabalhar aqui todos os dias para fazer o melhor, mas não é sempre que as coisas acontecem. A gente não vai mudar isso dentro do futebol. Então, é bem tranquilo. Eu quero que o estádio sempre esteja cheio e eu quero deixar a Ferroviária aonde ela sempre merece. Esse é o meu empenho”, desabafou o treinador.

Mesmo com opiniões divididas, Elano lembrou que havia recusado propostas para permanecer no clube, justamente quando a equipe vivia um bom momento na disputa do Brasileiro da Série D do ano passado e diz entender o torcedor que está sentindo neste momento.

“Eu tive a escolha de ser treinador. A minha cruz é pesada e eu não renuncio, não abandono. Quando eu tive três propostas para sair, no momento muito bom, agora eu continuo tentando fazer o melhor porque, estes torcedores que estão na arquibancada, são parte da Ferroviária há 50 anos. Pode ter certeza que hoje eu estou sentindo a mesma dor que eles”, encerrou o técnico.

Sem muito tempo, a Ferroviária se reapresenta nesta quinta-feira já visando o confronto decisivo diante do Mirassol, partida que acontece no sábado, às 16h, na Fonte Luminosa.