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Motoristas da Paraty se revoltam contra possível retaliação de companheiros

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Onibus Paraty 02

Segundo motoristas os amigos demitidos buscavam melhores condições de trabalho e salários justos, já que a data base está próxima.

Onibus Paraty 02

Segundo motoristas da Viação Paraty, um grupo de WhatsApp foi montado por eles, para acertar as negociações entre funcionários e o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários, Urbanos, e das Indústrias de Cana-de- Açúcar de Araraquara e Região, já que o dissídio coletivo da categoria se aproxima.

Neste grupo há cerca de 100 motoristas que em sua maioria estão descontentes com o salário pago pela Paraty, que hoje fica em torno de R$ 1.668,60, bruto. Ainda segundo eles a empresa opera também na cidade de Catanduva, pagando a seus motoristas cerca de R$ 2.100.

O que não agradou alguns funcionários da empresa é o fato do motorista Ivan Pereira da Silva 39 anos, que foi quem montou esse grupo para negociações, ser demitido, após 6 anos de trabalho, sem nenhuma justificativa. O líder desse grupo de negociação é Rael Aparecido da Silva, 35 anos, que é um dos motoristas da empresa desde 23 de fevereiro de 2018, que também foi desligado de suas funções nesta quinta-feira (4), sem maiores explicações.

O Portal RCIARARAQUARA, recebeu alguns áudios de motoristas revoltados, que fazem parte deste grupo de funcionários, tanto com as demissões quanto com salários. Entramos em contato com Rael que explicou que na sua visão a empresa pode estar fazendo possível retaliação; “minha demissão sem motivo, caracteriza a tentativa de desarticular o grupo que montou uma comissão de motoristas para reivindicar apenas nossos direitos, não queremos prejudicar a empresa e muito menos a população que faz uso do transporte coletivo, apenas pedimos a valorização do nosso trabalho. Estou mediando às negociações com o Sindicato dos Motoristas, para que fique bom para ambas as partes, nada além disso, inclusive quando os colegas falaram em paralisação, fiz com que entendessem que essa atitude seria ilegal, estou aqui para solucionar problemas e não criá-los”. Disse o agora ex-motorista.

Outros motoristas que preferem não se identificar, disseram à reportagem que quando recebem seus salários desanimam, pois não conseguem suprir as necessidades da família, mas continuam por amor a profissão. Um deles disse ainda, que sem querer desmerecer a profissão de faxineira, uma moça que costuma andar na linha que ele faz, costuma “tira sarro” dele, porque ganha mais que um motorista de ônibus. “Afinal nós temos muita responsabilidade em nossas mãos, e a empresa não nos valoriza”- disse um dos profissionais.

Em contato com o advogado do Sindicato dos Motoristas, Amador Bandeira, ele explica que há uma assembleia marcada para a próxima quarta-feira (10), para aprovar a pauta de reivindicações dos motoristas da Paraty, que vão de melhores salários a ticket e melhores condições de trabalho, para posteriormente ser entregue a empresa. A assembleia acontecerá em dois horários, às 9 horas e também as 19h00, para que atenda todos os motoristas que trabalham em turnos.

O advogado disse ainda que conversou com os funcionários demitidos e que entrará em contato com a empresa para saber quais os reais motivos dessas demissões, e qual a possibilidade de reconsiderá-las. Disse também que uma greve nesse momento está fora de cogitação, pois as penalidades para greves ilegais são pesadas, tanto para funcionários, como para o sindicato.

Em resposta aos questionamentos enviados à empresa, a diretoria da Paraty afirma que;

A empresa desconhece as informações sobre as alegações dos funcionários, diz ainda que não há nenhum grupo de whatsapp, nem tampouco qualquer tipo de retaliação.

Informou que é rotineiro que em qualquer empresa aconteçam contratações e desligamentos. A Paraty emprega mais de 1200 pessoas, e é normal que ocorram substituições causadas por pedidos de demissão ou desligamentos.

Afirmaram não entender qualquer razão para uma paralisação, uma vez que, salários, benefícios, encargos sociais e demais cláusulas do acordo coletivo estão sendo cumpridas regularmente.

Quanto à informação sobre salário mais alto aplicado em Catanduva a empresa afirma que é improcedente.