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Investigações contra Edinho em suposto esquema de ‘caixa 2’, são arquivadas pela Justiça Eleitoral

Pelo menos duas decisões foram dadas pela Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, favorecendo o atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva. Uma delas, só agora se tornou pública, que é da sua participação como tesoureiro da campanha de Dilma à presidência da República. Outro envolvimento do político é com a campanha de Aloísio Mercadante para o governo de São Paulo, ainda em 2010. Ambas situações o envolvem com a Oldebrecht.

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Mercadante e Edinho, candidato ao governo do Estado e o presidente do PT

A notícia começou a ser divulgada nesta terça-feira (10) no final da tarde, afirmando que a Justiça Eleitoral havia determinado o arquivamento de investigação sobre a existência de possível caixa 2 na campanha eleitoral do PT, quando era candidato Aloízio Mercadante. Como presidente do PT em 2010, Edinho estaria sendo apontado e investigado como – político que havia se tornado o interlocutor para pedir R$ 1 milhão junto à Oldebrecht, empresa envolvida na Operação Lava Jato.

No caso de Mercadante, o delator Benedicto Barbosa da Silva Júnior, disse que Edinho Silva teria procurado Carlos Armando Guedes Paschoal (também delator), então diretor superintendente da Área de Infraestrutura da CNO em São Paulo para solicitar o pagamento de R$ 1 milhão como forma de contribuição para a campanha eleitoral de Aloísio Mercadante ao Governo do Estado.

De acordo com Carlos Paschoal que é araraquarense, ele e Edinho Silva teriam se encontrado em duas oportunidades para tratar do pagamento em um café localizado no interior do Shopping Center Eldorado, em São Paulo e em uma segunda ocasião em uma padaria em Araraquara, localizada na esquina da Rua Expedicionários do Brasil com Avenida Espanha.

Benedicto Júnior relatou ainda que o pagamento teria sido efetuado em três parcelas entre os meses de julho e setembro de 2010. A primeira parcela no valor de R$ 250 mil, a segunda de R$ 500 mil e a terceira no valor de R$ 250 mil, todas com recursos de ‘caixa 2’, operacionalizadas pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Oldebrecht. As quantias teriam sido entregues às pessoas indicadas por Edinho Silva em hotéis da região de Moema, Itaim-Bibi e Jardins, em São Paulo.

O atual prefeito Edinho quando chamado para depor confirmou os encontros com Carlos Paschoal e disse que desconhecia o outro delator. Também confirmou os encontros, mas desmentiu que houvera tratado de doações para à campanha de Mercadante.

DEPOIS VEIO A CHAPA DILMA-TEMER

Já com relação a sua função de tesoureiro na campanha de Dilma Roussef, para presidente da República, outra decisão ocorrida ainda no ano passado, só agora foi revelada à imprensa. Ela está vinculada a outro inquérito policial que investigava supostas irregularidades ocorridas com doações eleitorais durante campanha da ex-presidente.

Nesta decisão em que o nosso portal teve acesso, Pedro Barbosa Pereira Neto, procurador regional Eleitoral Substituto diz que “nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador”. Neste caso, o delator Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, relatou pagamentos a pedido de Edinho Silva por meio do assessor Manoel Araujo Sobrinho para a candidatura de Dilma Roussef que concorria á presidência da República, no ano de 2014, com vantagens indevidas.

É verdade que, em 2014, Edinho Silva foi convidado para assumir a coordenação financeira da campanha de Dilma e Michel Temer. Assim, em 11 de junho daquele ano Edinho Silva, de acordo com o delator, “pediu diretamente a Marcelo Oldebrecht em reunião realizada no prédio da companhia em São Paulo na qual eu estava presente que pagássemos para que os líderes dos partidos PROS, PRB, PC do B, PDT, PP formassem a chapa “Com a Força do Povo” de Dilma/Temer.” E continua Alexandrino: “Esta não foi a primeira vez que Edinho Silva fez uma solicitação ilícita  na minha presença pois em 2010,  quando este concorreu para deputado estadual, a Oldebrecht fez doação eleitoral, via recursos originados de caixa 2”.

O PREFEITO

Edinho Silva, desde que as delações começaram, o envolvendo num esquema ilícito de arrecadação de verbas para campanhas políticas, dizia que “havia feito tudo de forma normal, com valores devidamente declarados perante a Justiça Eleitoral”.