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“Volta às aulas somente com as condições adequadas e seguras”

ZumZumZum de olho na Tribuna Popular e no polêmico retorno presencial das aulas

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A polêmica volta presencial das aulas

A volta presencial das aulas vem gerando muita polêmica desde o mês passado, quando as atividades voltaram a ser realizadas nas escolas e creches do município. A Prefeitura alegou vulnerabilidade social para justificar esse retorno, mas não convenceu parte dos servidores, que decidiram deflagrar greve. Casos de covid começaram a pipocar nas EMEFs e nos CERs, até que uma servidora morreu da doença no último domingo (2).

Sismar na Tribuna Popular

A greve, que contava com adesão de menos de 150 servidores, nos últimos dias cresceu e chega a quase 200. A 16ª sessão ordinária da Câmara Municipal desta terça-feira (4) contou com a participação de Bernadete Couto, professora da rede municipal e membro do Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (Sismar), na Tribuna Popular. Ela abordou o tema “Volta às aulas somente com as condições adequadas e seguras”.

Escolas oferecem condições para receber alunos e profissionais?

Os vereadores fizeram várias considerações e perguntas à representante da categoria. No primeiro questionamento foi indagado “se escolas oferecem condições para receber alunos e profissionais”. Bernadete foi enfática: “Não!”. Segundo ela, as escolas não estão equipadas, não oferecem insumos e nem EPIs. Outro detalhe colocado pela representante do Sismar é que o documento com os protocolos foi elaborado no final de outubro, quando o cenário da pandemia era outro, portanto está defasado.

Como acolher crianças de zero a três anos a 1,5m de distância?

Outra questão colocada está relacionada às características da ação em que os profissionais são colocados, especialmente os professores da educação infantil, que não têm como acolher as crianças da forma necessária. “Como um educador que atua com crianças de zero a três anos  e meio vai acolher, oferecer atendimento e cuidados, além de atividades pedagógicas sem aproximação com a criança, seguindo o distanciamento 1,5m de uma criança de zero a três anos de idade?”, salientou Bernadete.

Vulnerabilidade social é com a assistência social

Sobre o atendimento presencial de 35% de alunos em salas de aula, Bernadete ressaltou que este número não foi efetivo, pois nem 10% dos pais levaram suas crianças às escolas, “sinal de que os próprios pais não aderiram às aulas presenciais”, disse. Quanto à vulnerabilidade social, um dos argumentos da Prefeitura para a volta das atividades, ela enfatizou que as famílias precisam ser atendidas em outros setores como assistência social. “A Prefeitura delega à escola o papel de assistencialismo, quando seu papel primordial é oferecer conhecimento”, concluiu.