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Com licença, hoje é dia de rock na praça. Vem aí a Banda Belmyra.

A vida reservou para quatro jovens no final dos anos 90, a felicidade de se agruparem e viverem um sonho que durou um bom tempo. Embora o grupo tenha cessado as atividades, é verdade que ficou a amizade nascida através da música.

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Larissa, Carlos, Luys Rosário e Anderson, uma das formações da Banda Belmyra

O sonho de Cláudio Malagone era ter uma banda de rock. Convidou então os garotos Felipe e Eduardo e também o seu professor de violão Luís Rosário, que na época não era lá muito fã de rock, para formar uma banda. Felipe acabou desistindo da ideia, mas Anderson e Gilmar entraram para o grupo. Na fase de escolha do nome, Luís Rosário narra no detalhado diário da banda, que sonhou com sua avó e madrinha Belmira, a qual lhe deu sempre muito apoio em todos os seus passos.

Foi graças a Dona Belmira que Luís, ainda criança, começou seus estudos de violão. Então rendendo justa homenagem a Dona Belmira, todos do grupo concordaram em dar o seu nome à banda. Tempos depois passaram a grafar o nome com “y”: Belmyra.

Coruja, mascote do grupo musical

Logo a Banda Belmyra passou a fazer os seus ensaios na Escola de Música Harmonia, montada pelo Luís, que ficava na Rua Gonçalves Dias 606, com os seguintes músicos: Luís Rosário – guitarra base e também vocal; Eduardo Augusto T. C. Almeida – bateria; Anderson Ilho – guitarra solo; Gilmar Berguelli Piza – contrabaixo; Cláudio E. Malagoni – vocal.

Todas as canções do repertório eram autorais com letras e músicas do talentoso Luís Rosário.

Os ensaios foram progredindo até que finalmente no dia 24 de julho de 1998, a banda fez a sua primeira apresentação no “Pê de Pizza”, uma pizzaria que ficava na Rua 9 de Julho e contou com a presença de amigos.

Curioso é a formação da banda que além de provocar o fortalecimento de uma já bela relação de amizade dos seus componentes, os transformou em sonhadores.

COMEÇO DA HISTÓRIA

A primeira foto do grupo: Eduardo Augusto, Gilmar Piza, Cláudio Malagone (já falecido), Anderson Ilio e Luys Rosário

A primeira apresentação, lembram os músicos, foi divina. Tanto é que os amigos acabaram deixando no Diário da Banda algumas mensagens que até hoje são guardadas com muito carinho.

-“Gostei muito do som, valeu por ter conhecido vocês”. Leonarda H. M. Delfini.

– “Muito louco!!! Cleber E. P. Alves.

– “Vocês estão de parabéns!! Nota 10!!” Rodrigo Daniel Caetano.

Assinaram também, ainda que sem mensagens, José Luís Hortenci Júnior, Carolina H. Jorge e Felipe Berger.

A banda sempre teve o seu fã clube em todas as apresentações

A segunda apresentação que ocorreu num domingo, dia 2 de agosto de 1998, recebeu ainda mais elogios rendendo a primeira reportagem da Banda Belmyra, feita pelo jornal “O Imparcial”, primeiro órgão de imprensa a nos divulgar, conta Luís Rosário.

A banda seguiu nos seus ensaios e apresentações, ficando cada vez mais afiada, caindo no gosto da galera que passou a seguir o grupo. Belmyra então foi tomando consciência dos seus erros e acertos, adquirindo uma dose de experiência.

O músico Luys Rosário ao lado de Kid Vinil, da Banda Magazine

Em março de 1999, Luís alugou uma pequena casa por R$ 50,00 mensais para os ensaios; com isso, mudou a grafia do nome da banda e também do seu nome, para Luys.  Posteriormente, a banda passou a ensaiar em um novo estúdio junto ao Centro Cultural Toque, com possibilidades de ensaiar à noite sem incomodar os vizinhos.

As apresentações passaram a ser constantes em barzinhos, nas vias públicas do centro da cidade como na Avenida Duque de Caxias entre as Ruas 9 de Julho e São Bento, na Praça de Santa Cruz e na exuberante natureza do Parque do Pinheirinho. A banda também tinha presença garantida nos projetos musicais do Sesi, do Sesc como o Expresso Fanzine, da escola Opus Musicmania e do Centro Cultural Toque. Participou também como banda convidada, do I, II, VI e VII ARARAQUARA ROCK – bandas de garagem – realizados pela Secretaria Municipal de Cultura e FUNDART. A sétima edição em 2007 no Teatro de Arena, foi apresentada pelo radialista, compositor, jornalista, apresentador de TV e cantor de rock, Kid Vinil (Antônio Carlos Senefonte). Belmyra tocou ainda em encontros de motos, bandas de rock e desenvolveu projetos como Rock de Rua e Rock na Periferia sempre com o apoio da Comtur (Comissão Municipal de Turismo) e a participação de outras bandas como Funeral, Clã Aru e Corréra, entre outras. Realizou shows nas cidades da região e outras mais distantes como Mogi das Cruzes, no show de abertura do projeto Sesi Novos Talentos.

Luys Rosário com a filha Eduarda e João Gordo, da Banda Ratos de Porão, uma das mais conhecidas do Brasil

Luys Rosário no seu detalhado Diário de quatro volumes, discorre enfaticamente sobre a importância do amigo e empresário da banda, Luciano Pizzonni, nesse crescimento e sucesso alcançado pela Belmyra que a partir daí tornou-se muito conhecida.

O FIM DO CAMINHO

Durante a sua caminhada, a Banda Belmyra passou por alterações na sua formação (na maior parte com 4 músicos) e sempre manteve o repertório com músicas autorais, graças a inspiração do seu líder Luys Rosário, como em “Aposentadoria, “Mato da Calçada”, “Palestina”, “Conformismo”, “Povo Brasileiro” e tantas outras.Gravou dois CDs e lançou o caderno “Pegadinhas da Belmyra”, para registro das cenas hilariantes dos músicos e dos fãs. Desenvolveu um “website” e mantinha um cadastro dos seus seguidores para mandar mensagens e receber comentários das suas apresentações. Em dezembro de 2002 se apresentou no quadro musical “Novo Som Brasil” do Jornal Hoje da Rede Globo de Televisão, com as músicas “Aposentadoria” e “Palestina” em vídeo clipe gravado nos rios e cachoeiras do Hotel Fazenda Salto Grande. Se apresentou também no “Programa Vitrola”, da TV Cultura Paulista.

Os componentes da banda buscaram criatividade ao serem fotografados para um trabalho especial nos corredores do antigo Instituto de Psiquiatria na Vila Xavier. Luys Rosário com a mão estendida parece desejar boas-vindas

Suas músicas, rock nacional pesado, abordavam muito dos problemas sociais. Sintetizavam posicionamentos e reflexões sobre a realidade política, educacional e demais aspectos no drama cotidiano, objetivando uma transformação social de forma positiva.

A Banda Belmyra encerrou suas atividades em 2016.

O grupo e a idade atualmente: Gilmar Piza (45), Luys Rosário (55), Douglas (29) e Anderson (45)

Pesquisa e Texto: Juraci Brandão de Paula