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Fonte Luminosa completa 70 anos de vida

Inaugurada oficialmente no dia 10 de junho de 1951, o principal cartão postal da cidade de Araraquara completa sete décadas de histórias envolvendo o futebol e outros fatos

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Mesmo após a municipalização, a Fonte Luminosa é e continuará sendo a casa da Ferroviária. Na data de hoje, o principal cartão postal da cidade de Araraquara completa 70 anos de vida, trazendo grandes alegrias e histórias, seja de alegria ou de tristeza, mas que continuam marcando a vida da população e torcida.

Apesar da modernidade encontrada hoje, sendo um dos principais estádios do interior de São Paulo, o seu surgimento deve-se e muito ao engenheiro da EFA (Estrada de Ferro Araraquara) e fundador da Ferroviária, Antônio Tavares Pereira Lima, que debruçou-se para a criação do projeto em ter um estádio para o clube recém-fundado, em 1950.

Naquele tempo, o local em que foi construído (na Rua Mauro Pinheiro) era de difícil acesso e precisaria de um grande investimento em seu entorno para a urbanização do espaço. O entusiasta Pereira Lima conseguiu levar as suas ideias no papel para prática.

Com apoio de funcionários da EFA, após a jornada de trabalho, se dirigiam ao local, de forma espontânea, para ajudar na construção do estádio. E todo esforço valeu a pena: em apenas 100 dias, estava tudo em pé.

Por pertencer a Estrada de Ferro, a Ferroviária conseguiu a permissão para que o clube se utiliza-se do espaço para a prática esportiva.

JOGO INAUGURAL CONTRA O VASCO DA GAMA

O Vasco da Gama foi o primeiro desafio na história da Ferroviária em sua casa

O momento mais célebre do estádio não poderia ser outro se não a sua inauguração em um amistoso marcado diante do Clube de Regatas Vasco da Gama, justamente no dia 10 de junho de 1951. Este era um desejo de Pereira Lima, o qual admirava muito o time Cruz-maltino, ainda mais por ser a base da seleção brasileira que foi vice-campeã mundial de 1950.

Com futebol elegante, cerca de 17 mil pessoas viram o time carioca não tomar qualquer conhecimento do escrete grená e aplicou sonoros 5 a 0, com grande destaque para o lendário atacante Friaça, autor do gol inaugural do estádio e de quatro na impiedosa goleada. Tesourinha marcou o outro tento.

Mesmo com a derrota, o público araraquarense foi a euforia com o futebol visto no campo da sua nova casa, trazendo uma nova aspiração para que torcedores do novo clube fundado na cidade e acompanhassem a sua trajetória a partir daquele momento.

O seu primeiro compromisso oficial, aconteceu apenas no dia 5 de agosto, quando recebeu o Barretos pelo Campeonato Paulista da Segunda Divisão (equivalente a Série A2) e venceu por 2 a 1, sendo o volante Dirceu autor dos tentos grenás da primeira vitória da equipe em seu estádio.

Confira a ficha técnica do confronto entre Ferroviária e Vasco:

Data – 10 de junho de 1951, domingo (tarde)
Finalidade – Amistoso Interestadual (Inauguração do estádio)
Árbitro – Alberto da Gama Malcher (Federação Carioca de Futebol)
Auxiliares – Ernani Salvador Volpi e Rolando Volpi
Renda – Superior a Cr$ 300.000,00
Gols – Friaça (4) e Tesourinha

Ferroviária – Sandro (Tino); Sarvas (Espanador) e Aléssio; Pierri, Basso e Pimentel (Rudge); Guardinha (Baltazar), Fordinho (Milton Viana), Marinho (Fordinho), Gonçalves e Baltazar (Tonhé). Técnico: Zezinho

Vasco da Gama – Barbosa; Augusto (Laerte) e Clarel; Ipojucan (Lola), Danilo e Alfredo; Tesourinha, Ademir (Amorim), Friaça, Maneca (Ipojucan) e Djair (Chico). Técnico: Flávio Costa

Goleiro Barbosa evita gol da Ferroviária em um dos gols da Fonte Luminosa – Crédito: Museu do Futebol e Esportes de Araraquara

O PRIMEIRO AMISTOSO CONTRA UM DOS GRANDES DE SÃO PAULO

Em 5 de julho de 1953, a Locomotiva fez um amistoso diante do Palmeiras em que o esquadrão alviverde venceu pelo placar de 4 a 1. Boquita foi o autor do único gol grená.

AS PISCINAS

Ao lado do estádio, foi construído o Complexo Aquático com três piscinas, se tornando um dos mais modernos do Brasil e da América do Sul, sendo a única, na época, a ter uma piscina olímpica no interior de São Paulo.

Porém, a construção se iniciou em 1952 e foi finalizada apenas em 54, por falta de recursos. Ao todo, foram gastos cerca de 20 milhões de cruzeiros.

Além das piscinas, também fora construídas três plataformas de salto. A intenção era para que nadadores do país e estrangeiros, e também a realização de shows aquáticos.

Em 1959, o Complexo Aquático da Fonte Luminosa foi palco dos Jogos Abertos do Interior, recebendo as provas de natação.

A MAIOR GOLEADA

Em 1955, a Locomotiva aplicou a sua maior goleada em seus 71 anos de existência. Claro que o palco foi a Fonte Luminosa. A vítima foi o Velo Clube de Rio Claro, que no dia 11 de dezembro, foi massacrado pelo placar de 15 a 1, tendo o atacante Cardoso o artilheiro do jogo com sete gols, este que ostenta até hoje como jogador grená que mais fez gols em um único jogo. Gomes (3), Boquita (2), Bazzani (2) e Marinho foram os outros autores dos gols a favor do time araraquarense.

A PRIMEIRA CONQUISTA

No dia 15 de abril de 1956, o torcedor grená lotou a Fonte Luminosa para acompanhar a goleada pra cima do Botafogo por 6 a 3 e ver a equipe levantar o seu primeiro troféu com apenas seis anos de existência, sagrando-se campeã do Campeonato Paulista da Série A2, conquistando o acesso à elite estadual pela primeira vem sua história.

A PRIMEIRA VITÓRIA SOBRE UM GRANDE DO ESTADO DE SÃO PAULO

Em 1957, a Ferroviária recebeu o Corinthians para um amistoso preparatório para a disputa do Campeonato Paulista. Em dia inspirado de Bazani, a Locomotiva venceu o Timão por 3 a 1, onde o meia ofensivo se destacou e assinalou dois gols. Gomes fez o outro gol grená do jogo.

O PRIMEIRO GOL NOTURNO NA FONTE LUMINOSA

Aconteceu no dia 8 de outubro de 1958, em evento teste onde os aspirantes da Ferroviária encararam a equipe da Ponte Preta e venceram pelo placar de 3 a 1. Euzébio foi o autor do primeiro gol do estádio com os refletores ligados.

Já a inauguração oficial aconteceu apenas no ano seguinte, no dia 15 de abril de 1959, quando mais uma vez o escrete grená encarou o Vasco da Gama, mas com um memorável empate por 3 a 3.

Foram instaladas quatro torres de concreto armado com 138 refletores de 1.500 watts cada um, com um custo ao clube de cerca de três milhões e meio de cruzeiros.

PELÉ DEU AS CARAS EM ARARAQUARA

A primeira vez em que Ferroviária e Santos, com Pelé, se encontraram na Fonte Luminosa foi no dia 4 de agosto de 1957, quando a equipe grená venceu por 3 a 2.

Porém, o Rei do futebol foi marcar no estádio araraquarense apenas no dia 6 de dezembro de 1959, quando o Peixe não tomou conhecimento e goleou por 5 a 2. Ele fez dois gols.

O JOGO MAIS LONGO DA HISTÓRIA DO FUTEBOL

A Fonte Luminosa foi o palco do jogo mais longo da história do futebol mundial e não envolveu a Ferroviária.

Naqueles tempos, a Federação Paulista de Futebol fazia as finais de seus campeonatos em campos neutros, por isso, solicitou e o clube atendeu para que a final do Campeonato Paulista da Terceira Divisão fosse realizada no estádio grená.

Disputaram o título Andradina e Transauto, de São Caetano do Sul. A primeira partida terminou empatada por 1 a 1 e o jogo em Araraquara também terminou empatado, mas em 3 a 3.

Querendo evitar um possível terceiro jogo, o árbitro Albino Zanferrari atendeu um pedido feito pela FPF que, caso a partida terminasse novamente empatada, Andradina e Transauto decidiriam a vaga na prorrogação até que uma equipe marcasse, uma espécie de “gol de ouro”. E foi o que aconteceu, mas não do jeito que se esperava.

Após empatarem por 1 a 1, a partida foi para o “gol de ouro” e demorou cinco prorrogações para que fosse definida a vaga. Sim, foram exatos 208 minutos para que Mazola marcasse o gol que deu o título e o acesso para a segunda divisão ao Andradina, para total desespero do Transauto.

JOGO DAS FAIXAS COM O CRUZEIRO

Depois de conquistar novamente o acesso à elite do Paulistão em 1966, no ano seguinte, o escreve grená fez amistoso diante do Cruzeiro, de Tostão e cia., para a entrega das faixas, na Fonte Luminosa.

Com estádio totalmente lotado, as equipes exibiram um futebol vistoso e a partida terminou empatada em 2 a 2, com grande destaque para Tostão, autor dos dois gols cruzeirenses. Pio, de falta, e Téia, fizeram a favor dos grenás.

JAQUELINE MIRNA NA ENTREGA DAS FAIXAS

A atriz romena Jaqueline Mirna (famosa por falar “Arrrarrraquarrra” no programa “A Praça da Alegria”) esteve presente em Araraquara para entrega das faixas da primeira conquista da Ferroviária do Campeonato do Interior de 1967, promovido pelo jornal Folha de São Paulo, em que o melhor time qualificado do interior na disputa do Campeonato Paulista ganhava o troféu.

Para isso, foi feito um amistoso na Fonte Luminosa entre Ferroviária e São Paulo no dia 21 de janeiro de 1968, em que Jaqueline esteve no gramado para colocar as faixas nos jogadores e fez a entrega do troféu.

Na peleja, melhor para a Locomotiva, que venceu o Tricolor por 3 a 2.

PRIMEIRO JOGO INTERNACIONAL COM VITÓRIA

Em comemoração ao bicampeonato do interior, a Fonte Luminosa recebeu o seu primeiro jogo internacional no dia 9 de junho de 1968 (completados 53 anos ontem), quando o Napoli apareceu em Araraquara para enfrentar a Ferrinha.

Os italianos, que vinham do vice-campeonato nacional e eram base da seleção, estavam excursionando pelo Brasil, onde enfrentou Coritiba, Palmeiras e Ponte Preta, empatando estes confrontos.

Com grande recepção na cidade, a Locomotiva fez bonito e não tomou conhecimento do adversário, emplacando 4 a 0. Zé Luis foi o destaque do jogo, marcando três gols. Bebeto fez o outro.

A partida marcou também a despedida do técnico Diede Lameiro (falecido recentemente), pois acertou sua ida ao São Paulo.

Ferroviária recebeu o Napoli para um grande público na Fonte

PRIMEIRO VOO DE BALÃO NA AMÉRICA DO SUL

Sim, a Fonte Luminosa foi palco deste grande feito. O entusiasta e comerciante araraquarense Victorio Truffi decolou o seu balão dos gramados da Fonte Luminosa no dia 25 de outubro de 1970, no intervalo do jogo entre Ferroviária e São Bento, pelo Torneio Classificatório/Paulistinha.

Truffi embarcou em seu balão azul, que ostentava a bandeira do Brasil e do estado de São Paulo, com 35 metros de diâmetro, onde alcançou a altura de 500 metros, sobrevoando por cinco minutos um trecho da cidade, apenas deixando se levar pela brisa.

Não foi diferente. A cena chamou atenção da torcida e de quem perambulava pelas ruas da cidade.

FERROVIÁRIA ADQUIRE A FONTE LUMINOSA

Em outubro de 1971, através de concessão, a Estrada de Ferro Araraquara deixaria de existir, passando a ser da Ferrovia Paulista S/A (FEPASA). Com isso, todo o patrimônio da Fonte Luminosa e o Parque Aquático pertenceriam a nova sociedade anônima.

Porém, chegou um certo momento em que o estádio precisaria passar por reformas para melhorar as suas instalações, principalmente nas arquibancadas. Para isso, era necessário adquirir a Fonte.

Muitas tratativas aconteceram ao longo deste período e, através do presidente grená, Dr. José Wellington Pinto; do deputado federal, Aldo Lupo, e da Prefeitura de Araraquara, concretizaram no dia 29 de janeiro de 1973 a aquisição de todo o complexo da Fonte Luminosa por Cr$ 500 mil.

A solenidade contou com o prefeito Rubens Cruz e do vice José Alberto Gonçalves, além do governador do estado de São Paulo, Laudo Natel, e do Secretário de Transportes, Paulo Maluf.

EM 1973, A DESPEDIDA DE BAZANI

Os anos 70 não foram fáceis para a vida da Ferroviária. De quebra, o clube e o estádio viram o seu maior jogador se despedir do futebol. Olivério Bazani Filho anunciou a sua aposentadoria e a última apresentação aconteceu no dia 28 de março de 1973, quando o time grená acabou sendo superado pelo Guarani por 1 a 0, em jogo válido do Campeonato Paulista.

Foram 244 gols em 758 jogos do Rabi com a camisa grená, marcas que dificilmente serão superadas.

JÁ EM 1983, O PRIMEIRO JOGO PELO CAMPEONATO BRASILEIRO

Na única fez que disputou a elite do Brasileirão, a Ferroviária fez brilhante campanha e seu primeiro desafio na Fonte Luminosa foi encarar o Colorado-PR no dia 30 de janeiro e venceu pelo placar de 2 a 0, com gols marcados por Bozó e Douglas Onça.

UMA SEMIFINAL DE PAULISTÃO

A última grande participação da Ferroviária em um Paulistão foi em 1985, quando esteve muito perto de chegar na grande decisão.

Na semifinal, encarou a equipe da Portuguesa. O primeiro duelo aconteceu na Fonte Luminosa e contou o meia Wilson Carrasco inspirado na tarde de domingo do dia 8 de de dezembro.

A Ferrinha bem que tentou, ficou na frente do placar duas vezes com Carrasco, mas ficou no empate por 2 a 2. No jogo da volta, no Canindé, a Lusa venceu por 2 a 0, terminando assim a disputa na quarta colocação.

RECORDE DE PÚBLICO

A antiga Fonte Luminosa teve o seu recorde de público registrado no dia 22 de maio de 1993, no confronto realizado entre Ferroviária e Palmeiras, válido pela segunda fase do Paulistão.

No total, foram 19.421 presentes, sendo 18.051 pagantes, que precisaram a vitória alviverde por 1 a 0, com gol marcado por Edmundo.

Ferroviária e Palmeiras bateram o recorde de público na Fonte Luminosa

ARENA DE RODEIO

No tempo de “vacas magras”, a Ferroviária precisou recorrer a outros meios para conseguir recursos financeiros e tentar deixar a casa em ordem. Quando a equipe estava afundada na quarta divisão estadual, o clube acabou aderindo um festival de rodeio na Fonte Luminosa.

O fato corriqueiro dividiu muitas opiniões na época, mas, de qualquer maneira, os touros estiveram presentes no palco onde vários craques desfilaram o seu futebol.

Fonte Luminosa foi palco também de rodeio – Crédito: Reprodução/YouTube

FONTE MUNICIPALIZADA

Mesmo tentando evitar o pior, a Ferroviária não conseguiu sair do buraco e esteve bem perto de perder o seu maior patrimônio, o estádio.

Em 2004, afim de evitar o leilão, o prefeito Edinho Silva (PT), em seu primeiro mandato, propôs a venda do Estádio Municipal ao Clube Araraquarense para que, com o dinheiro, fossem pagas as dívidas. E foi o que aconteceu.

Com isso, a Fonte Luminosa foi salva, mas passou a pertencer ao município. A Ferroviária continuou mandando os seus jogos no local.

A MODERNIZAÇÃO

No início de 2007, durante o segundo mandato de Edinho, a prefeitura apresentou um projeto junto ao Ministério dos Esportes para que a Fonte Luminosa fosse reformada. O Governo Federa liberou R$ 20 milhões e outros R$ 5 mi vieram do Funcef (Fundação dos Economiários Federais).

Com as obras iniciadas em 2008, a Ferroviária passou a mandar parte de seus jogos em Taquaritinga e depois no estádio Cândido de Barros, no Jardim Botânico.

Já no dia 22 de outubro de 2009, foi marcada a reinauguração do estádio, sendo reverenciado até hoje como o mais moderno do estado de São Paulo.

O confronto foi entre Ferroviária e Ituano, válido pela 19ª rodada da Copa Paulista. Com público recorde de 20 mil pagantes, a Locomotiva venceu pelo placar de 2 a 1, com o lateral-esquerdo Luiz Fernando marcando o primeiro gol no mais novo estádio.

Após a reforma, grandes do estado mandaram diversos jogos no estádio araraquarense no início da última década.

NEYMAR NA NOVA FONTE

Em 2010, o Santos fez amistoso com a Ferroviária, em Araraquara. Sob o comando do araraquarense Dorival Júnior, o Peixe não tomou conhecimento e venceu por 3 a 0, com gols de Neymar, Allan Patrick e Breitner.

A FONTE É DELAS

Pela primeira vez, o time feminino da Ferroviária jogou no novo estádio a partir de 2010, quando a equipe recebe a Portuguesa e empataram por 3 a 3.

No jogo seguinte, diante do Santos, as meninas da Ferrinha empataram por 2 a 2, mas a imprensa local, ao acompanhar o jogo das cabines de imprensa da Fonte, surgiram a ideia de apelidar a equipe de Guerreiras Grenás, por toda entrega e luta que tiveram neste confronto diante das Sereias da Vila.

O GOL MAIS BONITO

Foi em 2012 que aconteceu o gol mais bonito da nova Fonte Luminosa. Ferroviária fez clássico diante do Botafogo pela Copa Paulista e o meia Daniel Costa partiu com a bola de defesa, enfileirando quatro marcadores, driblou o goleiro e bateu cruzado para fazer um gol que rendeu placa para ele.

A PRIMEIRA TAÇA NO NOVO ESTÁDIO

Coube ao time feminino da Ferroviária ser a primeira equipe a erguer a taça na nova Fonte Luminosa.

Isso aconteceu em 2013, quando decidiu o Paulista Feminino diante do São José. Após empatarem por 1 a 1 no primeiro jogo, a decisão veio para Araraquara e um novo empate deu o título ao time grená por ter feito melhor campanha.

Outra conquista memorável aconteceu no ano seguinte com o título do Brasileirão Feminino em cima do Kindermann para o torcedor e Guerreiras fazerem nova festa no estádio.

Jogadoras da Ferroviária comemoram o título Paulista de 2013, o primeiro na nova Fonte Luminosa

FESTA DO TÍTULO DE 2015

A volta da Ferroviária à elite paulista já estava definida, mas faltava a entrega da taça. Ela aconteceu justamente na Fonte Luminosa pela última rodada da competição.

Depois de empatar por 0 a 0 diante do Guarani, coube a equipe masculina levantar o seu primeiro troféu no novo estádio, algo inesquecível na história do torcedor afeano.

A VOLTA NO PAULISTÃO E DE UM GRANDE DO ESTADO

O retorno ao Paulistão, em 2016, fez com que Araraquara recebesse de volta a Fonte um grande do estado de São Paulo para encarar a Ferroviária.

A primeira agremiação a medir forças foi o Corinthians. Em confronto válido pela quinta rodada, a Locomotiva fez grande atuação diante do Timão, comandado pelo treinador Tite (futuro técnico do Brasil), terminou empatada em 2 a 2.

O volante Juninho fez dois belos gols a favor da Ferrinha, enquanto Luccas e Giovani Augusto fizeram a favor do time da capital.

JOGO MEMORÁVEL CONTRA O FLUMINENSE

Um dos jogos mais emocionantes no novo estádio, a Ferroviária recebeu o Fluminense pela segunda fase da Copa do Brasil.

Com Fred inspirado, o atacante do Tricolor foi logo marcando dois gols, abrindo boa vantagem para o time carioca ainda no primeiro tempo.

Já a Locomotiva viu a situação se complicar com o goleiro Rodolfo sendo expulso ainda na primeira parte do jogo e a torcida viu o lateral-esquerdo Thallyson desperdiçar cobrança de penalidade, chutando para fora.

Quando o torcedor grená começou a pensar no pior, o time grená (que naquela noite de quarta-feira utilizou o seu uniforme preto) começou uma reação incrível com gols de Juninho e Tiago Marques, deixando tudo igual ao término dos 45 minutos iniciais.

No segundo tempo, uma virada incrível aconteceu com um belo gol marcado novamente por Tiago Marques, ofuscando Fred, deixou a Locomotiva a frente com 3 a 2.

O improvável só não aconteceu porque Magno Alves saiu do banco de reservas e conseguiu deixar tudo igual para o Tricolor das Laranjeiras, em um épico 3 a 3.

Já na segunda partida, disputada em Volta Redonda, os cariocas levaram a melhor e venceram por 3 a 0, mas o empenho ficou marcado naquela equipe que lutou até o fim.

FINAIS DA COPA PAULISTA EM ARARAQUARA

A Ferroviária fez um feito inédito em sua história e engatou três finais de Copa Paulista de forma consecutiva (2016, 17 e 18). E o palco dos confrontos foram, obviamente, a Fonte Luminosa.

O detalhe curioso é que as três finais foram decididas nas penalidades diante de times preto e branco, mas a Locomotiva saiu vitoriosa apenas em 2017, quando venceu a Inter de Limeira. Em 16 e 18 deu XV de Piracicaba e Votuporanguense, respectivamente.

QUARTAS DE FINAL DIANTE DO CORINTHIANS

Em seu primeiro feito desde seu retorno à elite, a Ferroviária chegou às quartas de final do Paulistão de 2019 e encarou o Corinthians.

Em primeiro confronto realizado em Araraquara, empate por 1 a 1. Diogo Mateus fez o tento grená após belo chute de fora da área. Na parte final do jogo, Gustavo deixou tudo igual para os corintianos.

No jogo da volta, em São Paulo, novo empate por 1 a 1, mas nas penalidades, o Timão levou a melhor.

FEMININO DECIDE PRIMEIRO JOGO DO BRASILEIRÃO NA FONTE

Também em 2019, as Guerreiras Grenás chegaram novamente em mais uma decisão do Brasileirão e enfrentaram o renomado time do Corinthians, que vinha de grande sequência de invencibilidade.

Com um forte calor na Fonte Luminosa, em que a goleira Luciana até desmaiou, a partida terminou empatada por 1 a 1. Aline Milene e Erika fizeram os gols da partida.

No jogo de volta, novo empate em Parque São Jorge, desta vez por 0 a 0. Nas penalidades, brilhou a estrela da goleira Luciana, que defendeu penalidade de Tamires, e ajudou a Ferrinha a se tornar bicampeã nacional.

PALMEIRAS, O “DONO” DA FONTE

O time alviverde foi o que mais disputou jogos na Fonte Luminosa entre os grandes do estado. Entre mandante e visitante, ao todo, foram 10 aparições depois da reforma no estádio.

NA PANDEMIA, FONTE SEM PÚBLICO

A partir do momento em que foi decretada a pandemia do coronavírus, todas as atividades esportivas foram paralisadas por cerca de quatro meses, além de vários setores terem sido afetados.

Mesmo com toda precaução possível, a torcida foi obrigada a ficar longe dos estádios e tiveram que acompanhar o time de longe com a volta do futebol.

No dia 29 de julho, a Ferroviária encarou a Inter de Limeira pelo Troféu do Interior e foi derrotada por 2 a 0. Daquele confronto de 2020 até hoje, a Fonte segue com os portões fechados e sem receber qualquer espectador.

PAULISTÃO DECRETOU MAIOR GOLEADA DO CLÁSSICO BOTA-FERRO

A Fonte Luminosa também fez parte da história do clássico entre Ferroviária e Botafogo. Em jogo válido pela terceira rodada, a goleada da Locomotiva sobre o Pantera por 5 a 0 foi a maior da história do confronto e também a principal do torneio.

O atacante Bruno Mezenga anotou três gols e também se consagrou como o artilheiro da competição.

CAJÁ VOLTA PARA DAR ALEGRIAS

Na disputa do Paulistão deste ano, mais uma vez, a Ferroviária conseguiu a classificação às quartas de final.

Em seu plantel, a idolatria de Renato Cajá fez o sentimento do afeano recordar dos anos 2000, de alegrias e tristezas, mas fez também o jogador viver sentimentos diferentes com a camisa grená.

No dia 6 de maio, foi dele o gol de falta em cima do Ituano que sacramentou a vitória grená e a classificação novamente ao mata-mata da competição.

Créditos: Livro “Fonte Luminosa”, de Luís Marcelo Inaco Cirino; Museu do Futebol e Esportes de Araraquara; Tetê Viviani; Blog “Ferroviária Em Campo”