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Diagnóstico e tratamento precoces são essenciais no combate à hanseníase

Dermatologista do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida, explica as causas e sintomas da doença, que tem tratamento eficaz e cura

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Teresa Cristina Fonseca Faleiros Trimer, dermatologista do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida

Doença com prevalência de 15 novos pacientes para cada 100 mil habitantes no Brasil, a hanseníase ainda registra até 30 mil casos por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que é considerado um número expressivo.

Mas, a hanseníase tem cura e o diagnóstico e tratamento precoces são essenciais no combate à doença, e para evitar sequelas permanentes, segundo Teresa Cristina Fonseca Faleiros Trimer, dermatologista do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida.

A médica explica que ainda há muita desinformação e um forte estigma sobre a doença, o que dificulta a procura por tratamento precoce. Consequentemente, os pacientes chegam para o atendimento com sintomas já instalados e, por vezes, com sequelas evoluídas a níveis críticos.

“No passado, as pessoas que eram portadoras de hanseníase eram muito discriminadas, vivendo à margem da sociedade. No entanto, com o advento do tratamento e a possibilidade real de cura, esses pacientes foram incluídos no convívio familiar e social. Por isso, é necessário maior número de campanhas para esclarecimento da população sobre a doença por parte das autoridades competentes”, diz Teresa.

CARACTERÍSTICAS

A dermatologista explica que a hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica, causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae.

“Na maioria dos casos, admite-se que a transmissão ocorra de pessoa para pessoa, por meio de gotículas de saliva, ao tossir e ao falar. O bacilo se localiza no trato respiratório superior do paciente”, explica a médica.

Teresa ainda destaca que a ausência ou precariedade de saneamento básico também se torna um fator de risco para a doença. Por isso, segundo a OMS, boa parte dos casos são entre populações com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

No Brasil, o maior número de casos ocorre nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, enquanto o Sudeste e o Sul ocupam o quarto e quinto lugares, respectivamente.

Segundo a dermatologista do São Francisco, é importante salientar que pessoas com baixa imunidade são mais suscetíveis à doença.

SINTOMAS

A hanseníase apresenta um largo espectro de manifestações clínicas, baseando-se principalmente na presença de lesões na pele, com perda de sensibilidade e espessamento dos nervos.

Existem dois polos da doença, a tuberculoide e a virchowiana, com uma gama de variações. “Portanto, é importante manter-se atento ao surgimento de manchas brancas ou avermelhadas com alteração de sensibilidade e espessamento dos nervos”, explica Teresa.

O diagnóstico é feito por meio de exame clínico e laboratorial. No exame clínico, é feita a detecção de manchas brancas, vermelhas ou aparecimento de nódulos pelo corpo. É avaliada a alteração de sensibilidade observada em alguma área do corpo. Bem como a palpação para detectar espessamento de nervos e provas de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa.

Já no exame laboratorial são realizados exames como de sorologia e de anatomia patológica.

TRATAMENTO

Teresa explica que o tratamento da hanseníase é realizado com esquema multidrogas antibacterianas. “Importante lembrar que todos os casos de Hanseníase devem ser enviados para tratamento no SUS. É necessário um acompanhamento clínico e laboratorial desses pacientes durante todo o tratamento”, conclui.

A médica destaca que existe cura para hanseníase e quanto mais precoce for o tratamento, menores serão as sequelas.