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O adeus de Valcir Borsari, simplório mas com a sabedoria de quem sempre esteve a frente do tempo.

Ele poderia ser chamado de empresário, comerciante, empreendedor, mas nada porém o deixava mais feliz que compartilhar as lições de vida, que lhe mostraram o caminho da bondade, amor e respeito ao próximo. Assim, era Valcir Borsari que seguiu fora do combinado.

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Dois momentos importantes na vida de Valcir Borsari: a alegria vinda da música e a família

“Independe o tempo que o empresário Valcir Luís Borsari tenha nos deixado; a presença dele será constante, com seu sorriso e graça; e isso talvez venha a ser permanente, mas haverá momento de nos depararmos com as coisas que ele fez questão de não levar, e deixar para que cada um possa sentir a saudade no tamanho que ela é”.

A frase é do ex-vereador José Carlos Porsani (hoje secretário do Meio Ambiente), com quem Valcir Borsari trabalhou por alguns anos, ocupando o cargo de assessor de gabinete na Câmara Municipal. Mas, na maioria das vezes ele ia até mais além, dada sua presteza em servir e atenção para com aqueles que procuravam Porsani na Câmara.

No entanto a morte do comerciante enraizado na Vidraçaria Cometa, Vidrosol, Vidroplan e ACP Vidros, ainda que tenha sido prematura, repercute dada a infinidade de amigos que deixou. Foram dezenas de anos no Santa Angelina, um bairro que ele viu nascer e transformar os hábitos e os costumes de uma cidade emergente nos anos 60/70.

Encontro familiar dos Borsaris

A família Borsari por sinal sempre se concentrou num quadrado formado por quarteirões a partir da Avenida Padre Francisco Sales Colturato (36) e foi nesta região que Valcir nasceu em 29 de novembro de 1957. Ele mesmo nas rodas de amigos comentava – hei, quanto nasci a cidade tinha uns 50 mil habitantes.

De fato, era naquele pedaço de chão e no correr do tempo que Valcir e as irmãs brincavam nos fins de tarde: Sueli, Maria, Tereza e Tuta Borsari, sendo que, foi com esse espírito de irmandade que a família se consolidou ainda mais no bairro. “Os Borsari são gente boa”, dizia “seo Salvador” policial que por alguns anos passou por aqui e foi encerrar seus dias trabalhando em Campinas.

Torcendo pelo Palmeiras no Allianz

Palmeirense de verde e branco da cabeça aos pés. AFEano de carteirinha. Goleiro, pescador, truqueiro, aventureiro, tudo isso se espalhava no garoto, depois moço humilde, que Santa Angelina sempre abençoou como filho pródigo. Isso, diz Porsani, parece ter aberto seus olhos para o empreendedorismo.

“Ele adorava o comércio, e, a simplicidade o colocava cada vez mais próximo das conversas com os clientes que buscavam profissional de talento para a execução de serviços de vidraçaria”, lembra Zé Porsani, uma das figuras mais populares do bairro e que politicamente contribuiu de forma significativa para o bairro deslanchar. Porsani admirava esse jeito de Valcir no trato com as pessoas e o levou para a Câmara Municipal.

Um dia, beirando os seus 50 anos, o próprio Valcir reconheceu que a “sorte não pode estar com a gente todas às horas. Há que se ter a dosagem certa por algum tempo, mas não por todo o tempo”, falou nos corredores da Câmara Municipal. Ele já apresentava sinais de cansaço e parecia querer fugir dos balcões, dos vidros e todos espelhos que já não mostravam a vitalidade do filho da dona Dalila e do seo Aurélio, como lá nos tempos do Parque Infantil.

Mas, naquela tarde de setembro para os amigos, entre uma cerveja e outra,Valcir  abriu o cofre da felicidade para dizer que o “seu destino havia parado nas mãos de uma  mulher – Edivani Natalina Cravo Borsari  e dos filhos Aurélio, Camila, Danilo e André”. Em tempo ele remendou, “ah dos meus netos também”, lembrando de Maximus e Marco, bem como das suas noras”.

Assim foi a passagem de Valcir Luís Borsari que faleceu no dia 22 de março e cujo corpo foi cremado no Crematório Bom Jesus de Américo Brasiliense. Em breve um espírito iluminado com jeito de virar estrela e com energia suficiente para iluminar os passos de quem – precisa deles – para chegar ao Pai, veremos lá no céu.