Ferroviária homenageia Wilson Silveira Luiz em lançamento de camisa

Em entrevista a RCIARARAQUARA, o lendário radialista, Wilson Silveira Luiz, conta sobre como foi ser ator por um dia, dos grandes momentos e o futuro da Locomotiva

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Na última quarta-feira, a Ferroviária lançou a sua camisa para a temporada 2020 e que também homenageia os 70 anos do clube, que serão completados no dia 12 de abril.

Além da singela homenagem, quem esteve presente nesta produção foi o jornalista e radialista, Wilson Silveira Luiz, um dos mais importantes da história de Araraquara e estado de São Paulo.

Em bate-papo rápido com a RCIARARAQUARA, WSL ficou lisonjeado com o convite feito pelo departamento de marketing da Ferroviária e se diz honrado de ter participado em mais um momento marcante junto à história do clube.

“Em todas as profissões, a gente tem que plantar a semente para colher o fruto. Sempre me pautei pela honestidade dos propósitos, de plantar o bem para colher o bem, plantar amizade e colher a amizade, e essa homenagem que eles me prestaram lá [no vídeo] me senti muito compensado de ter feito parte desta caminhada”, conta.

E realmente foi uma caminhada desde o começo. Esteve presente no surgimento do time, quando o seu pai esteve presente na fundação da Ferrinha, acompanhou os primeiros jogos, inclusive no de inauguração da Fonte Luminosa no dia 10 de junho de 1951, quando o Vasco goleou por 5 a 0.

“Eu tive muitas participações como jornalista e dezenas de oportunidades de trabalho ao ponto de ficar bem financeiramente, o que nunca aconteceu. Sempre procurei fazer as coisas com honestidade, não só com a Ferroviária, mas também com outros esportes”, enfatiza.

O momento do lançamento do vídeo feito pela TV Ferroviária foi especial para Wilson. O seu filho, Wisley, o mais novo, foi o responsável pela filmagem, edição e finalização de todo o material.

“Não é porque é meu filho, mas ele é expert no assunto e um grande profissional. Foi uma alegria ver como foi tudo elaborado e vê-lo comandando a gravações dos vídeos, cuidou da iluminação do ambiente. E o texto foi idealizado pelo marketing da Ferroviária”, conta.

Sobre as falas, o radialista viajou no tempo e falou sobre os momentos que passou pela cabeça enquanto fazia a narrativa.

“Todo aquele momento foi importante. Quando falo que eu era criança e vi a fundação da Ferroviária, no estádio Municipal, quando estive na inauguração do estádio, sem contar quando me tornei radialista profissional e participei da excursão de 1968 até a América Central. Na época, eu não era o cronista mais velho na ativa. Tinha o Dorival Falcone, Ivan Roberto, Adilson Terallori, Dorival Marcondes Machado, enfim, tinha tanta gente e que mereciam mais essa oportunidade do que eu” relembra.

“Na parte em que eu beijo a camisa, eu me lembrei dos primeiros time da Ferroviária. Sarvas, Elcias, os primeiros que vestiram a camisa que tinham os números bordados atrás e o distintivo bordado na frente. Não tinha propaganda e nem nada como tem hoje. A camisa que está no vídeo é bem surrada e me lembrei disso”, complementa.

O momento do beijo no distintivo fez Wilson lembrar dos primeiros times da Locomotiva – Crédito: Reprodução / TV Ferroviária

Sobre o futuro do clube, WSL se mantém com os pés no chão sobre a nova parceira da MS Sports com a Ferroviária, elogiou a postura de Marcelo Vilar e sobre a vinda de Sérgio Soares, mas espera que o trabalho seja desenvolvido da melhor maneira possível no Paulistão e que o clube atinja a meta de, em 2025, estar na primeira divisão do Brasileiro.

“Desde quando a Ferroviária se tornou um clube-empresa, ela se tornou moderna. Perceba que hoje a maioria dos clubes buscam isso e, na época em que foi feito [em 2003], foi excelente. Agora, com essa entrada dos novos investidores, eu ainda fico aguardando um resultado”, disse.

“Por exemplo, aconteceram algumas coisas que não estavam no gibi. Veio o Marcelo Vilar que de uma maneira acertada, na minha opinião, ele trouxe oito jogadores do São Caetano. Ele não teria um tempo hábil de ter um time para entrosar, mas possuindo oito que já conhece, colocaria alguns outros elementos que ali estavam ou viriam, aí houve aquele entreveiro que ninguém sabe o que aconteceu. Este que entrou agora [Sérgio Soares], pegou o foguete na mão, então não teve tempo para treinar para o jogo contra o Mirassol. Não teve nem coletivo e domingo agora já enfrenta o Santo André. Ele ainda está conhecendo o time. Então, é entregar para mão de Deus, pois é uma incógnita. Como sempre esperançoso, eu espero que a Ferroviária faça uma boa campanha e estes empresários que tem um know-how financeiro que consigam encontrar a forma e de realmente cumprirem da Ferroviária estar em cinco anos na Série A. É da nossa proposta, intenção, vontade e desejo. É o lugar que ela merece estar”, finaliza.

Wilson é referência no meio radiofônico, principalmente quando o assunto se trata de Associação Ferroviária de Esportes, o qual vivenciou os principais momentos do clube, desde a inauguração da Fonte Luminosa na partida contra o Vasco, o primeiro gol marcado na história do clube, até o primeiro acesso na elite do Campeonato Paulista, participando da excursão na América Central em 1968.

Além disso, é fundador da Liga Bochófila de Araraquara, juntamente com Ildeu Wolfarth, no dia 1º de maio de 1992. O marco desta modalidade é tão grande que o Dia da Bocha é comemorado justamente no dia 16 de outubro, data também de seu aniversário.

Em 2018, Wilson Silveira Luiz foi homenageado pela ACEESP (Associação dos Cronistas do Estado de São Paulo) com troféu em comemoração aos 50 anos de jornalismo, juntamente com Lucas Iazzeti (São Paulo), Alfredo Orlando Enz (Campinas) e Walter Dias (Santos).

WSL exerce a função até hoje, onde integra a Rádio PWZ (Internet) e é um dos apresentadores do programa “Quintal do Esporte e Lazer”.

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Wilson Silveira Luiz entrega o Cartão de Prata ao atacante Téia por ter sido o artilheiro do Paulistão de 1968, ficando a frente de Pelé