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Diretor do ICESP depõe na CPI da Fosfoetanolamina

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CPI FOSFO

CPI FOSFO

O diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), Paulo Hoff, foi ouvido ontem na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Fosfoetanolamina. A conhecida pílula do câncer foi objeto de pesquisa patrocinada pelo governo do Estado, mas o ICESP suspendeu os testes clínicos em março de 2017.

A CPI é presidida pelo deputado estadual Roberto Massafera e relatada pelo colega Ricardo Madalena. Paulo Hoff é o principal investigador dos estudos com a fosfoetanolamina no ICESP. Ele esclareceu as razões que o levaram a suspender a inclusão de novos pacientes, a substância não teria obtido sucesso na maioria dos casos testados até então.

Instalada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a CPI da Fosfoetanalomina tem o propósito de investigar se o protocolo de pesquisa aprovado junto aos órgãos controladores da ética médica, no ICESP e na Anvisa, foram rigorosamente obedecidos.

Paulo Hoff afirmou que as pesquisas continuam em andamento. Ele esclareceu que a inclusão de novos pacientes foi suspensa para que sejam realizadas adequações no protocolo a ser seguido pelos pesquisadores.

“O principal resultado dessa sessão é que os estudos com a fosfoetanolamina terão continuidade com a concordância dos pesquisadores e diretores do ICESP, e com a reformulação do plano de estudo”, concluiu Massafera.

O presidente da CPI também registrou a manifestação das Câmaras Municipais de diversos municípios paulistas como Araraquara, Américo Brasiliense, Brotas, Piraju, Presidente Prudente e Tambaú, todas em apoio à continuidade das pesquisas com a fosfoetanolamina.

Recursos – O depoente apontou ainda que são muitas as dificuldades para a realização de pesquisas clínicas no Brasil, e que os recursos para custeio são escassos. Roberto Massafera lembrou que São Paulo é o único Estado do País a destinar 1% das receitas tributárias para a FAPESP (Fundação de Ampara a Pesquisa do Estado de São Paulo).

Massafera também se propôs a estudar, junto a Fapesp, formas de financiamento de pesquisas clínicas que resultem em novos tratamentos e medicamentos acessíveis à população. Ele defende que 20% dos recursos da Fapesp sejam utilizados para essa finalidade.

Na terça-feira (13), a CPI ouviu os médicos do ICESP Maria Aparecida Folgueira e Roger Chammas. Este, afirmou que o método adotado na pesquisa era pragmático, valendo-se de experiências relatadas anteriormente. Ele afirmou que o ICESP não realizou testes de estabilidade da substância, o que seria uma responsabilidade dos laboratórios que produziram e encapsularam a fosfoetanolomina. Chammas também acredita que a pesquisa precisa ter continuidade com um novo protocolo.