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‘Invocação do Mal 3′: A Ordem do Demônio peca ao fazer mistura de gêneros’

Renomado cineasta araraquarense Guilherme Bonini opina sobre o longa de terror, maior bilheteria no País desde o começo da pandemia; cinéfilos e editor da RCIA também dão seus pitacos

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O simpático casal Warren em mais uma aventura sinistra. (Foto: Divulgação)

Por conta da pandemia, os cinemas no Brasil enfrentam altos e baixos em termos de bilheteria. Dentro dessa realidade, o terror ‘Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio’ ganha destaque positivo. Segundo dados da Comscore, o terceiro capítulo da famosa franquia criada por James Wan arrecadou 8,4 milhões de reais até a primeira quinzena do mês de julho 2021.

Essa é a melhor marca de um filme, no Brasil, desde o começo da ploriferação do novo coronavírus, em março do ano passado. Mas qual seria o segredo desse sucesso, uma constante também nas salas escuras dos Estados Unidos e outros países?

O renomado cineasta araraquarense Guilherme Bonini. (Foto: Divulgação)

Para o renomado cineasta e diretor araraquarense Guilherme Bonini, o alto nível dos longas anteriores, que cumpriram, com méritos, suas propostas de horror, aguçaram a curiosidade do público com a nova produção.

Porém, segundo Bonini, ‘Invocação do Mal 3’: A Ordem do Demônio, é o pior dos três. “O filme é bom, mas peca um pouco ao misturar trama e subtrama. E, neste caso, o horror fica em segundo plano, abrindo espaço para as relações pessoais da vida do casal protagonista. Essa mistura no roteiro é normal, no cinema, mas a execução aqui não me agradou”, pontua.

Mesmo não gostando desse lado mais sentimental, o cineasta enxerga algo positivo nessa inserção poética da vivência de Ed e Lorraine Warren. “Nessa época de pandemia, muitos casais estão com às relações desgastadas. E essa força que une os dois é forte, intensa, reforçando a importância da figura de cada um no relacionamento, principalmente a feminina”, completa.

Na história, uma possessão demoníaca seria a causa de um assassinato. (Foto: Reprodução)

PÚBLICO

O designer Leonardo Neves concorda com Bonini que o longa não é o melhor da trilogia. “Muitas cenas ficão perdidas, algo sempre fica no ar, sem muitas explicações. Pra mim, o segundo é o melhor deles”, comenta.

Na contramão de Neves e Bonini, o professor e guitarrista Maurício Matel acredita que ‘Invocação do Mal 3′: A Ordem do Demônio’ acerta ao agregar diferentes públicos, agradando tanto àqueles que querem sustos, bem como aqueles que se encantam com o carisma dos protagonistas. “Cada filme criou um evento paralelo, com livros e outras ações. Esse marketing é outro ponto forte”, completa.

SINOPSE

Em cartaz no Moviecom Cinemas, Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio revela uma história assustadora que chocou até os experientes investigadores de atividades paranormais Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga): um suspeito de assassinato alega ter tido uma possessão demoníaca como defesa. A direção é de Michael Chaves. Os dois anteriores são assinados pelo criador James Wan.

(Por Matheus Vieira)

Nota do editor Matheus Vieira sobre o filme:

“Não é o mais impactante dos três. Porém, é expansivo. É singular. Também é investigativo, detalhe que pode atrair um público diferente. O clima é macabro 100% do tempo, sem piadinhas, como nos filmes anteriores. As cenas carregadas ocorrem em momentos pontuais e o tom de luz é sempre escuro. Sim, deixa algumas dúvidas no ar. Mas o pós-desfecho é bem interessante. É difícil encontrar uma trilogia de terror/suspense que consegue sempre manter um nível alto em todos os seus capítulos, mesmo com a troca de diretor. A cena que faz referência ao Exorcista é sensacional. Justa homenagem ao melhor de todos os tempos”.