Analisando o decreto assinado pelo prefeito Edinho Silva vemos que há bom senso na decisão de permitir que o próprio servidor público municipal escolha seu plano de saúde ou viva dependente das UPAs. A criação do auxílio saúde é uma forma do trabalhador público encontrar liberdade na definição da assistência médico-hospitalar e não viver atrelado as imposições oriundas de pregões ou concorrências, quando nem sempre, existe uma escolha acertada por parte do Poder Público.
Ao longo do tempo quer nos parecer que o servidor interessado em plano de saúde sempre se curvou aos desejos da administração e este era o único jeito para ter garantias e proteção na hora que mais precisava. Contudo, sem encontrar opções, pois a decisão do gestor era proveniente do resultado de uma concorrência pública constituída pelo “pegar ou largar”, o servidor não tinha alternativa: ficava com o que lhe era imposto.
Em sã consciência reconhecemos que o acesso à saúde pública é uma determinação da Constituição que ainda lutamos para tornar concreta. Assim, por mais bela e atenciosa que seja a melhor UPA desta cidade, jamais será ela a ‘top’ em fornecer atendimento com alto padrão de qualidade igual ou melhor que um 24 Horas ou Pronto Socorro particular.
É bem verdade que existem pontos de atendimento considerados referência, muitos profissionais talentosos prestando serviço excelente para o SUS, buscando com isso atender à demanda da população em termos de assistência médica. O contraste se resume na instabilidade que uma UPA apresenta pela falta de estrutura, sempre marcada pela carência de profissionais ou medicamentos. Infelizmente o poder público ainda não conta com recursos para oferecer um atendimento completo, rápido e de qualidade quando mais precisamos. Por isso, a própria sociedade civil se organiza para criar alternativas mais eficientes, uma delas, a manifestação através de críticas em veículos de comunicação, tentando resolver seus problemas de maneira isolada. Fazem o correto é verdade, pois este é o jeito existente para acelerar o atendimento e o procedimento desejado.
Ninguém nega a importância das rádios, dos jornais e portais, sempre socorrendo quem não encontra o respaldo da saúde pública que habitualmente acusa a falta de verbas para o atendimento, entretanto quando existe, o recurso é corroído por dois tipos de cupins insaciáveis: a má gestão e a corrupção que compreendemos como verdadeiras irmãs siamesas.
Neste momento, a administração pública dá ao servidor a oportunidade de escolha: ter ou não ter o auxílio saúde. Vai mais longe: com quem você quer ter seu plano de saúde? Com a Unimed ou São Francisco? Quer nos parecer que a Unimed, uma cooperativa há mais tempo no mercado apresenta identificação bem próxima da comunidade, se valendo da experiência de profissionais que criaram ligação afetiva com o público. Existem casos em que o médico se tornou membro da família, tamanha tem sido a confiança; estrategicamente, o atendimento também passa pela renovação do quadro clínico. Questão de revitalização adequado aos novos tempos.
O São Francisco ainda que pesem os investimentos, tem procurado conviver com os costumes e as tradições da cidade, buscando fórmulas que deixem para trás a imagem da Beneficência Portuguesa e do plano de saúde Benemed, uma luta contra o conservadorismo. Nos poucos anos da sua existência em Araraquara, o São Francisco se vê propenso agora a mudar sua nomenclatura com a chegada do HapVida que vem lá do nordeste trazendo a marca do seu trabalho e quem sabe outro conceito. Consideramos muita mudança em tão pouco tempo e isso não é bom: gera incerteza e insegurança, palavras que consideramos ‘chaves’ no momento em que milhares de servidores tendem a tomar novo rumo em sua decisão.
*Ivan Roberto Peroni, é jornalista e membro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
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