A decisão do novo presidente da Câmara Municipal, Rafael de Angeli, demitir dois dos mais importantes profissionais da comunicação pública nesta quarta-feira (09) – Francisco de Assis Bergamin (Chico de Assis) e Wagner Luís – gerou um conflito de opiniões entre os próprios vereadores, que se sentiram alijados da discussão da dispensa.
Sobre Wagner Luís, o presidente assegura que foi solicitada sua exoneração. “Ele era assessor da presidência por muito tempo. Todos os presidentes quiseram ficar com ele, mas no meu caso, ele não faz parte da forma com que o meu gabinete trabalha. Temos outra dinâmica de trabalho para fazer o gabinete decolar com facilidade”, justificou.
Segundo o parlamentar, o cargo do Wagner é um cargo da presidência, um assessor da presidência, ou seja, assessor legislativo. Ele será ocupado por uma pessoa da minha confiança. Por isso chama cargo de confiança e o cargo dele não era ligado à comunicação”.
Já em relação a Chico de Assis, Rafael de Angeli alega que o cargo dele era comissionado. “Agora ficará no lugar dele uma pessoa que tem cargo concursado. Um servidor de carreira. Era a única diretoria da Câmara que não era ocupada por um servidor de carreira”, pontuou o vereador.
Em seu discurso de posse, De Angeli chegou a sinalizar mudanças em alguns setores da Câmara e nesta quinta-feira ao ser questionado pelo RCIA, ele reafirmou o seu propósito: “Estamos fazendo algumas mudanças importantes na comunicação para melhorar em todos os aspectos. Vocês verão isso de agora em diante. Os dois cargos comissionados eram ligados diretamente à presidência de livre nomeação e exoneração”.
Nas explicações o novo presidente assegurou que a Câmara Municipal tem quatro diretorias: comunicação, suporte administrativo, finanças e legislativa. Dessas quatro diretorias, apenas a de comunicação vinha sendo ocupada por cargo comissionado (Chico). Agora será ocupada por um servidor de carreira.
Indagado sobre quem ficaria no lugar de Chico de Assis, o presidente respondeu Felippe de Souza Lima, ligado à comunicação. Hoje ele trabalha na TV Câmara e segundo Rafael são pessoas altamente capacitadas para exercerem as funções, isso eu garanto. Ele fez mestrado na área de comunicação. Ele dá curso na área de comunicação.
Mais adiante o dirigente político reafirma: Quem vai ficar no lugar do Chico: Felippe de Souza Lima, analista em comunicação social e agora vai exercer a função de diretor de comunicação.
Já o ex-presidente Paulo Landim, consultado a opinar, salientou que o presidente tem no regimento interno da Câmara poderes para contratar e demitir profissionais. Wagner e Chico já passaram por vários presidentes e desempenharam suas atividades com profissionalismo. “Precisamos na gestão pública ter sabedoria e humildade, que são princípios básicos de uma gestão. O presidente Rafael de Angeli na minha opinião teria que ouvir sua Mesa Diretora e todos os demais vereadores pois sozinhos você não realiza nada”, concluiu.
Os dois jornalistas ainda não se manifestaram sobre as demissões e a suposta ingerência política, que poderia ser decorrente da troca ideológica partidária, ou simplesmente, um incomodo profissional.
